É golpe, e dos modernos

Por Dom Luiz C. Eccel*

Os últimos acontecimentos políticos do nosso país, e de outros países da na nossa América Latina, nos fazem reportar ao tempo do Império Romano. Lá bastava o imperador manifestar sua vontade que a maioria, por submissão, o aplaudia e fazia se cumprir a vontade do soberano, sem julgamentos sérios, às vezes sumários, baseados em mentiras, como foi o caso de Jesus Cristo, e de tantos cristãos que eram jogados vivos nas arenas para serem devorados pelas fera famintas; outros eram decapitados, crucificados e queimados vivos em praça pública, sob os aplausos de uma multidão enfurecida  pelo ódio.

Mais recentemente, no início do século XX tivemos um Hitler que para satisfazer seu desejo de dominar as nações, incitava seus seguidores ao ódio mortal contra judeus e outras etnias, para livremente ditar suas ordens.

Basta também recordar as últimas ditaduras do Brasil e da América Latina, onde a grande imprensa: TVs, rádios, jornais e revistas divulgavam, e continuam divulgando mentiras com caras de verdades, para enganar e manipular o povo incauto, colocando-o contra as lideranças que verdadeiramente querem o melhor para o Brasil e seu povo.

Infelizmente a grande imprensa conseguiu novamente ludibriar uma grande parcela da população brasileira; mas ela esquece que tem uma outra grande parcela que não usa a cabeça só para separar as orelhas.

Não precisamos ser especialistas em Direito Constitucional para perceber que o governo não cometeu atos ilícitos, e que portanto o que acontece é um golpe, e dos modernos, comando pelos parlamentares, parcela do judiciário, do ministério público e da Polícia Federal, divulgado com os devidos floreios da mídia, e com o apoio, como sempre,  da elite econômica nacional e internacional, e do imperialismo estadunidense.

Os golpistas da câmara federal e outros devem estar dando muita risada nos bastidores,  por conseguirem enganar tanta gente de forma tão simples, e com muita grana para poucos; uma vez que alguns foram ameaçados, e outros se venderam por muito mais de 30 moedas …

Tomara que os clarões dos fogos da noite de 17 de abril não se transformem em trevas densas para o Brasil, como a desditosa primavera árabe se transformou em rigoroso inverso de dor e sangue, até aos dias de hoje.

É muito triste ser toupeira, especialmente por fazer sofrer que não merece: os pobres, que foram tirados da miséria extrema pelo governo popular de 12 anos para cá, como está confirmado pela ONU.

*Bispo Emérito de Caçador-SC.

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