Por Luiz Fernando Menezes, Aos Fatos.
Não é verdade que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi chamado de “genocida” por manifestantes durante sua visita à Casa do Índio, em Boa Vista, no último sábado (21). Os cartazes dos indígenas que aparecem nas imagens mostram mensagens críticas ao governo estadual e ao garimpo ilegal, além de pedidos por melhores condições de saúde e educação. Lula foi à região após o governo federal decretar estado de emergência para enfrentar a crise sanitária do povo yanomami.
Publicações com o conteúdo enganoso acumulavam ao menos 31 mil compartilhamentos no Facebook e milhares de curtidas no Instagram até a tarde desta sexta-feira (27).
A cara da raiva, frustração e confusão do Lula ao ser chamado de genocida pelo povo ele acha que o elegeu.
Um vídeo que mostra a chegada do presidente Lula à Casa do Índio, em Boa Vista, no dia 21 de janeiro, tem sido compartilhado nas redes com uma legenda enganosa que afirma que manifestantes estariam protestando contra o petista e o chamando de “genocida”. As imagens, no entanto, desmentem essa versão: os cartazes que aparecem na cena acusam não o presidente, mas o estado de Roraima de genocida e criticam o garimpo na região.
Outros registros do mesmo momento foram publicados na imprensa e nas redes. Neles, é possível confirmar que as pessoas presentes seguravam cartazes e faziam pedidos por melhores condições de vida (veja exemplos abaixo).
Lula foi à Roraima no último sábado (21) para acompanhar os trabalhos dos Ministérios da Saúde e dos Povos Indígenas na região. No dia 16 de janeiro, o governo federal decretou emergência para combater a falta de assistência do povo yanomami, que enfrenta um grave problema com a desnutrição e a malária. Lula encontrou ainda lideranças indígenas e prometeu adotar medidas para garantir a saúde das comunidades.
Contatada, a assessoria do presidente também negou que houve manifestações contra o petista durante a visita à Boa Vista. Em busca na imprensa, há a notícia de que um homem que ameaçou Lula um dia antes da viagem acabou preso pela PF na sexta-feira (20). Aos Fatos não identificou manifestações contra o presidente em nenhum momento da visita.
Referências:
1. G1 (1 e 2)
2. Governo federal
3. YouTube (TV Brasil)
4. Folha de S.Paulo