Durante Jornada, MST ocupa área grilada pela Cutrale em SP

No alvorecer do dia 17/04, cerca de 300 famílias ocuparam no município de Agudos-SP, a Fazenda Santo Henrique, um latifúndio de 2500 hectares de terras públicas, utilizadas indevidamente pela empresa Cutrale, maior exportadora de suco de laranja do mundo. A área grilada pelo agronegócio já foi ocupada diversas vezes pelo MST, com destaque para a ocupação ocorrida em 2009, quando a mídia conservadora incitou a criminalização d@s trabalhador@s, que resultou no indiciamento de 21 pessoas.

A Fazenda faz parte do antigo Núcleo Colonial Monção, um conglomerado de 40 mil hectares de terras da União, invadido por grandes empresas do agronegócio de cana-de-açúcar, laranja e eucalipto. São empresas que cometem crime de grilagem de terra, além de inúmeras denúncias e processos de desrespeito aos direitos dos trabalhadores e ao meio ambiente.

Por outro lado, cerca de 3 mil famílias continuam acampadas há uma média de sete anos, somente no estado de São Paulo. Em nível nacional, são cerca de 120 mil famílias acampadas. A ocupação faz parte da Jornada Nacional de Lutas do MST que ocorre no mês de abril, com o objetivo de pautar a arrecadação de terras pra Reforma Agrária, políticas públicas para o campo e contra a privatização dos assentamentos através da MP 759. “Seguimos na luta por Reforma Agrária em conjunto com os trabalhadores pela não retirada de direitos prevista com a Reforma Trabalhista e Previdenciária. Lutamos pela liberdade dos presos políticos do MST: lutar não é crime”, aponta a direção do Movimento.

Famílias exigem terras em Taubaté

Na madrugada de segunda-feira (17), cerca de 100 famílias do MST ocuparam a Fazenda Guassahy, de 300 hectares, localizada às margens da rodovia Presidente Dutra, no município de Taubaté, região do Vale do Paraíba. A ação também faz parte da Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária e é realizada no Dia Internacional da Luta Camponesa (17/04), data que relembra o assassinato de 21 Sem Terra durante uma manifestação ocorrida 1996, no município de Eldorado dos Carajás (PA). No decorrer da ocupação, as 100 famílias hastearam 21 bandeiras em homenagem aos Sem Terra do Massacre de Eldorado dos Carajás, além de faixas com frases de repúdio aos desmontes impostos pelo governo Temer golpista, como a reforma da Previdência.

Nesta Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária, o MST também denuncia o retrocesso que o governo Temer golpista planeja implantar no campo com a Medida Provisória 759, em que está prevista a privatização dos assentamentos rurais e denuncia a medida de regulamentação da venda de terras à estrangeiros. A última ocupação realizada pelo MST na área ocorreu em 2010 e, da mesma forma, neste ano a ação tem o objetivo de exigir o assentamento imediato das 120 mil famílias em situação de acampamento em todo o país. De acordo com o Atlas da Terra Brasil 2015 (CNPq/USP), o território nacional possui 175,9 milhões de hectares de terras improdutivas, como é o caso da Fazenda Guassahy.

Fonte: MST.

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