Por Cristiane Ágatha, Blumenau, para Desacato.info.
“Faça o que eu digo, mas não faça o que faço”, o ditado popular descreve a moralidade dos brasileiros em todos os tempos.
A cultura brasileira está moldada de privilégios, desde os mais remotos tempos da história, somos herdeiros da repressão do bem, e da potencialização do mal. No plano fático, na geração do instantâneo assim como o miojo, que busca o meio mais rápido, do qual se utiliza de oportunismos e facilidades, o velho jeitinho brasileiro, manobras para se dar bem a todo custo. E pouco se fala em probidade, principalmente quando é a auto reflexão brio.
A ética no Brasil, é utilizada apenas na frente de todo mundo, quando oportuna na pratica fora das vistas, é revestida por atos anti éticos que sacramentam a hipocrisia. Fruto de uma conduta maquiavélica, no sentido popular, manipulação afirmativa para a validade de seus próprios atos.
Comportamento costumeiro na politica brasileira, a corrupção é sistemática e inacabável ciclo vicioso, a problemática está enraizada na sociedade, são essas pequenas atitudes que começam na infância e dentro de casa, que levam a algo mais amplo como a corrupção. São difíceis de combater porque foram naturalizadas e são praticadas muitas vezes de forma inconsciente.
Assistimos a protestos populares que demostram o reforço da cidadania e patriotismo, indignados conta a corrupção, porem, em contra partida, o mesmo cidadão com seu jeito de malandro na primeira chance, barganha! Se abstém e há o esquecimento momentâneo da reinvindicação anterior, para isto basta que o interesse próprio esteja ameaçado e a ética anteriormente proclamada escorre pelo ralo.
A sociedade quer mudança no cenário político nacional, porém a mudança deve começar da raiz. Comprar DVD pirata, estacionar em local próprio para deficientes, manipular o imposto de renda, é similar conduta tão igual aos atos corriqueiros de corrupção que diariamente nos deparamos, que incendeiam a sua indignação, em pesos diferentes de fato, mas continuam entremeados atos corruptíveis, mesmo na modalidade de “menor potencial”, ainda assim, devem ser combatidos na mesma intensidade.
Em primeira instância dos caminhos para combater a corrupção nasce da educação, como um projeto preventivo e conscientizador social, na construção de valores éticos. E em segundo, resposta satisfatória da justiça a crimes corruptos. A impunidade é um dos fatores que incentivam a continuação dos atos, e aos possíveis aspirantes para assim também fazê-lo, na segurança de nenhuma punição, consequentemente contribui por aumentá-lo. Político preso é artigo raríssimo no Brasil. A imunidade parlamentar e as diversas possibilidades de recursos permitem que mesmo os corruptos escapem das punições.
Para fazer a diferença, é necessário começar pela própria e pequenas ações, multiplicadores ao coletivo, atitudes éticas mesmo quando ninguém estiver olhando.