- Desde que o mundo é mundo, a maior parte dos acontecimentos são embranquecidos para que sejam mais aceitos. Não é preciso fazer muito esforço para comprovar essa afirmação: nem a identidade de Jesus foi respeitada.
Quem dirá a imagem de duas travestis negras iniciando um movimento que é tão marginalizado quanto suas próprias existências:
Marsha P. Johnson e Sylvia Rivera fundaram juntas a STAR, um refúgio para LGBTs de rua, mesmo que Marsha estivesse frequentemente nessa situação.
As revoltas de Stonewall
Marsha fez muito pela comunidade LGBT em sua época, mas o que mais marcou sua história foi seu envolvimento com as revoltas de Stonewall, manifestações que iniciaram o movimento LGBT (clique aqui para ler sobre).
Marsha é muito importante pois, entre outras coisas, foi a responsável pela primeira revolta. Ela foi a primeira pessoa a revidar contra a invasão atirando pedras (ou copos) contra os policiais.
O que aconteceu em seguida foi uma serie de manifestações contra o forte preconceito da década de 1960, e mesmo que Marsha tenha sido a pioneira, foi deixada de fora da parada LGBT de 1978 pois naquela época até mesmo os gays excluíam travestis, alegando que “os travecos” iriam sujar a imagem do movimento.
Sendo assim, as duas amigas fizeram seu próprio protesto na frente da parada daquele ano.
Em 2015, quando dirigiu o documentário “Stonewall“, Rolland Emmerich criou um personagem gay cisgênero branco e o mostrou arremessando o tijolo que teria iniciado a rebelião, deixando claro que os boicotes transfóbicos não ficaram no passado.