Ativistas que ocupam desde quarta-feira (24) o prédio da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo, na região central da capital paulista, estão sendo retirados à força do local nesta quinta pela gestão do prefeito João Doria (PSDB). Os manifestantes exigem diálogo com representantes da prefeitura sobre as ações conjuntas com o governo do estado na região da Cracolândia. A postura de “limpeza” do local, adotada pelo tucano, é alvo de críticas de diversas instituições.
Uma das principais críticas à ação foi da própria secretária, Patrícia Bezerra (PSDB), que ontem pediu ontem exoneração. “Diante das dificuldades que tenho enfrentado há algum tempo para dar prosseguimento à agenda de direitos humanos e ao atendimento humanizado à população mais vulnerável de São Paulo, deixo o cargo, mas nunca a convicção em uma cidade que garanta o respeito à pessoa humana”, afirmou.
De acordo com o ativista Thiago Michelucci, que trabalha na recuperação de dependentes químicos na região da Cracolândia, após a saída de Patrícia o comando de Doria foi acionado para retirar todos os funcionários da secretaria e deixar as chaves do prédio em posse da Guarda Civil Metropolitana, para que esta expulse os manifestantes.
Doria vem promovendo desocupações e ações violentas, com apoio da Polícia Militar, comandada pelo seu colega de partido e governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Ontem, a Defensoria Pública conseguiu na Justiça uma liminar para barrar as ações dos tucanos na região. Um dia antes, os tucanos derrubaram um muro de um imóvel na região com pessoas dentro do prédio, o que deixou três feridos. A intenção de Doria é demolir todos os imóveis de dois quarteirões na região, para entregar o local a empresas do setor imobiliário, para a construção de prédios.
Fonte: RBA