Por Babara Molnar,
Na última terça-feira (9), a prefeitura de São Paulo abriu o processo de concessão de 14 parques da cidade à iniciativa privada e segue o projeto privatizante de colocar a venda todos os serviços públicos da cidade.
Seguindo a linha política que já havia anunciado em um vídeo gravado para sua apresentação no World Government Summit, em Dubai, no qual o prefeito “gestor” propagandeia a venda de tudo que é público em São Paulo no que ele mesmo chama de “maior programa de privatização da história da cidade”, a prefeitura de São Paulo lançou um chamado público para que as empresas enviem propostas para a abertura de concessões de 14 parques da cidade, incluindo o do Ibirapuera, o da Luz e o Trianon.
Para Dória, a iniciativa se trata de uma espécie de “termômetro” para a prefeitura medir o interesse do mercado privado na aquisição de serviços públicos. Com essa operação, as empresas sinalizam em que condições estão dispostas a assumir o controle de cada parque e, com essas informações, a prefeitura decidirá o formato de edital que usará na concessão. Ou seja, além de vender tudo que é público na cidade, o prefeito pretende fazê-lo aos moldes mais favoráveis e convenientes aos compradores, deixando bem claro que governa em benefício dos empresários e levando a frente o projeto entreguista de seu partido PSDB.
Umas das poucas definições da gestão é a de que os parques serão oferecidos em pacotes, combinando os “mais atrativos”, como o Ibirapuera, com os de menor interesse econômico para o setor privado. Uma “compra combinada”, para facilitar o leilão dos serviços públicos da cidade já que, nas palavras do próprio Dória, São Paulo “dá assistência preferencial aos empresários, em uma transação rápida à custo baixo e com ’pouca burocracia’.”
O resultado dos editais desses 14 primeiros equipamentos deve influenciar a concessão dos outros 93 parques públicos que o prefeito já afirmou que entregará à gestão privada até o fim deste ano, bem como a entrega do Autódromo de Interlagos, Anhembi, o Estádio do Pacaembu, Parque Ibirapuera, Mercado Municipal de São Paulo, terminais de ônibus, o sistema do Bilhete único, os serviços funerários, o serviço de iluminação pública, a educação de base e os hospitais municipais.
A cidade já conta com poucos espaços para a juventude obter lazer, com a privatização dos parques e a possível cobrança de entrada é negado ainda mais o direito ao entretenimento público e as possibilidades gratuitas de utilização da cidade, isso sem contar o direito à cidade que nos é negado diariamente com a elevação consecutiva do preço dos transportes.
Dória é um dos prefeitos mais ricos do Brasil e representante direto dos empresários e da patronal no país. E é exatamente seguindo os interesses de seus semelhantes, igualmente empresários, que o prefeito “gestor” governa a cidade, entregando serviços públicos para empresários lucrarem. Essa é a cara da política nas mãos dos empresários, que tem se aprofundado com Doria, mas também foi a linha política que o PT adotou na gestão Haddad, ajudando os empresários de ônibus, entregando a educação infantil para organizações privadas, dentre outros. Assim toma forma o projeto de administração do prefeito “gestor” de São Paulo, fazendo cumprir suas promessas de colocar a cidade a venda, em nome dos interesses dos mais ricos e em detrimento das necessidades reais e urgentes do conjunto da população.
Fonte: Esquerda Diário