Dono da União Química afirma que Anvisa quer barrar Sputnik para favorecer outros laboratórios; agência nega

Foto: Captura de tela

Apesar da versão do empresário, a Anvisa afirmou em nota que a empresa apresentou “informações sobre qualidade, eficácia e segurança da vacina”. “Entretanto, o relatório oficial não foi enviado”

No Jornal GGN –  O laboratório União Química, responsável pela distribuição da vacina russa contra a Covid-19 Sputnik V no Brasil, ainda não conseguiu liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso do produto. O dono da empresa, Fernando Marques, por sua vez, acusou a reguladora de barrar o imunizante por interesses políticos. As informações são do jornal Estado de S.Paulo.

Em uma mensagem de voz, de cerca de 2 minutos, Marques afirmou que a demora da Anvisa para liberar o imunizante russo tem como objetivo favorecer outros laboratórios que fabricam vacinas contra a Covid-19, como o Instituto Butantã, ligado ao governo de São Paulo, que produz a vacina chinesa Coronavac, e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável pela vacina AstraZeneca/Oxford.

Segundo a reportagem,o  áudio foi enviado originalmente ao empresário bolsonarista Luciano Hang, dono das lojas Havan, mas também chegou ao conhecimento de Jair Bolsonaro (sem partido).

Para o empresário, a intenção da Anvisa é beneficiar o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), no caso do Butantã, e o PT e o PCdoB, que têm a Fiocruz “na mão”.

“Eles querem manter a coisa com a Fiocruz e com o Instituto Butantã. Butantã na mão do Doria e Fiocruz na mão do PT, PCdoB. E, porr*, não tem vacina, o povo tá morrendo”, afirmou o empresário.

Marques também disse que foi  “humilhado” em uma reunião com o presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, na semana passada. “É uma loucura. Eu estive com o Barra na semana passada. Ele só faltou me mandar acompanhar até o carro. Fui humilhado. Parece que é um criminoso alguém que quer trazer a vacina ao Brasil, que está sendo usada pelos russos, independente, em mais de 40 países”, falou.

Apesar da versão do empresário, a Anvisa afirmou em nota que a empresa apresentou “informações sobre qualidade, eficácia e segurança da vacina”. “Entretanto, o relatório oficial não foi enviado”, afirma a agência. Segundo o órgão, “estão pendentes dados essenciais para a análise, que estão sendo discutidos entre as partes”.

Sendo assim, a agência garantiu que orienta a submissão do pedido de uso da vacina apenas quando forem apresentados dados sobre a população-alvo da vacina, características do produto, os resultados dos estudos pré-clínicos e clínicos e “a totalidade das evidências científicas disponíveis relevantes para o produto”. “Essas informações fazem parte dos resultados provisórios de um ou mais ensaios clínicos de fase III e indicam que os benefícios da vacina superam seus riscos, de forma clara e convincente”.

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