O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, discursou na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), nesta terça-feira, e atacou a China. O norte-americano criticou a forma com que o país asiático gerenciou a crise de coronavírus. Ele falou logo após o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.
O norte-americano chamou o Sars-Cov-2 de “vírus chinês”, apesar de já constatado que o vírus não foi criado em laboratório. “Nos primeiros dias do vírus, a China fechou-se para viagens domésticas, mas permitiu que as pessoas saíssem da China e infectassem o mundo”, disse Trump. Em seguida, ele pediu para que a ONU responsabilize os chineses.
No último mês de abril, o Escritório da Direção de Inteligência Nacional dos EUA emitiu um comunicado onde concorda com o consenso científico de que o vírus da covid-19 não foi feito pelo homem ou geneticamente modificado em laboratório.
Trump ainda acusou o governo chinês de controlar a Organização Mundial da Saúde (OMS). “Eles falsamente declararam que não havia evidência de transmissão entre humanos. Depois, afirmaram falsamente que as pessoas sem sintomas não poderiam espalhar a doença. A ONU precisa responsabilizar a China pelas suas ações”, defendeu.
Discurso ‘pela paz’
Depois de atacar a China, Donald Trump afirmou, na ONU, que os Estados Unidos são o “maior líder de defesa de direitos humanos no mundo”. Como exemplo, ele citou a retirada de tropas norte-americanas do Afeganistão, mas não falou sobre as mais de 100 mil crianças detidas, sozinhas ou com seus pais, por razões vinculadas à imigração ilegal.
Em seguida, deixou uma mensagem de ameaça. “Somos a maior potência militar. Temos as mais poderosas e avançadas armas. Esperamos nunca ter de as usar”, disse Trump, invocando o enorme investimento que os EUA têm feito no desenvolvimento militar.
De olho na reeleição, o presidente dos Estados Unidos também disse às Nações Unidas para mudarem suas prioridades. “Se a ONU quiser ser uma organização eficiente, precisa ter foco nos problemas reais do mundo. Isso inclui terrorismo, a opressão de mulheres, trabalho forçado, tráfico de drogas e de pessoas, perseguição religiosa e limpeza étnica de minorias”.