O futebol argentino foi palco de um caso duplo de violência. No esporte e contra a mulher. Uma bandeirinha foi atingida com um água fervendo nas costas. O ato aconteceu durante partida na província de San Juan, no último sábado (23).
Mesmo ganho de 2 x 0, torcedores do Marquesado não pensaram duas vezes em agredir fisicamente a profissional. Rosana Paz, de 46 anos, disse só ter percebido a gravidade da situação em casa. Ela notou o surgimento de algumas bolhas na pele e teve o diagnóstico de queimaduras no posto de saúde.
O episódio contém traços visíveis de machismo. Além da atitude dos homens que jogaram água quente na bandeirinha, o juiz se recusou a encerrar a partida. O árbitro Sebastián Fernández alegou que faltava pouco (dois minutos de jogo) para o fim do segundo tempo.
Ironia pouca é bobagem, já que dois dias antes Rosana falava dos obstáculos enfrentados por mulheres em um ambiente tão sexista e preconceituoso como o universo do futebol.
“Recebo muitos insultos, xingamentos machistas, outros dão em cima, fazem cantadas grosseiras, há de tudo. Mas sou apaixonada por entrar em campo e desempenhar a tarefa para a qual me preparei durante tanto tempo”, revelou.
Liga Sanjuanina de Fútbol se manifestou por meio do presidente Alberto Platero, que repudiou o ato em comunicado.
“Vamos agir duramente contra os torcedores violentos, não vamos permitir que ocorra algo assim no nosso futebol. Acredito no futebol, acima de tudo, mas também acredito que esses episódios não deveriam acontecer, de forma alguma. Como diretor da Lida Sanjuanina e como pessoa, repudio totalmente esta agressão e estou à disposição de Rosana Paz e sua família”, finalizou.
