Por Juliana Gonçalves.
Idealizado pelo coletivo de mesmo nome, o projeto Visionários da Quebrada, visa revelar, por meio de um documentário, as mentes criativas das periferias da cidade de São Paulo (SP) que estão contribuindo para as transformações e ressignificações dos territórios. O projeto foi iniciado no início deste ano e, até 13 de janeiro, pretende arrecadar fundos, por meio de um financiamento coletivo, para encerrar e distribuir a produção.
“A gente começou a pesquisar sobre o que era transformação a partir de um olhar periférico e fomos conversar com pessoas da periferia. Pessoas que estavam fazendo mudanças e transformações dentro das suas comunidades, daí nasce esse filme desse desejo de retratar e de mostrar o que é transformação social a partir de um ótica periferia, que vem das margens”, explica Ana Carolina Martins, idealizadora e diretora do documentário.
Ao todo, oito jovens participam das gravações pautando questões de equidade e representatividade, alternância de poder; e recortes raciais, econômicos e de gênero.
Representatividade
No documentário há personagens do Capão Redondo, São Mateus, Jardim Nakamura, Brasilândia, entre outros bairros periféricos. Dimas Reis Gonçalves, morador da Brasilândia e ativista com atuação nas áreas da cultura, saúde e meio ambiente, foi um dos entrevistados para o documentário.
“O que vem me fazendo ser um visionário é acreditar que o futuro é aquilo que a gente projeta”, diz Dimas, que faz articulação em sua “quebrada” e já foi gestor da Casa de Cultura da Brasilândia entre 2015 a 2016.
Ele acredita que na periferia a atuação transformadora mira na ação coletiva. “Eu venho estudando futurismo, praticando sentar com as pessoas e ajudá-las a planejar a vida delas, sejam amigos que querem entrar no mestrado, pessoas que querem estruturar um projeto, jovens que querem fazer uma simples competição de skate. Venho me apaixonado muito em provocar as pessoas a sonharem futuros desejáveis, a sonharem e exercitar essa musculatura do sonhar e agir”, diz.
Amanda Negra Sim, Gal Martins, Fábio Lol, Rose Modesto, Guilherme Petro, Alex Santos, Tony Marlon, Rodrigo Costa e integrantes do coletivo Favela da Paz também contam suas trajetórias no documentário e como propõem transformar a sociedade partindo da periferia.
Fonte: Brasil de Fato