O portal Llibertat, parceiro do Diário Liberdade nos Países Cataláns, em colaboração com Zeba Produccions quer abordar a perseguição do independentismo no ano 1992, coincidente com os Jogos Olímpicos em Barcelona, dos que neste ano será o 20 aniversário. Alerta Solidària e a Associació Memòria Contra la Tortura som as outras duas organizações que dão apoio ao projeto.
De Llibertat, explicaram ao Diário Liberdade que “a ‘Operação Garzón’ e as torturas a independentistas sempre foram silenciados e ocultados, e também será este ano. Por isso, nós queremos resolver isso e decidimos fazer este documentário”.
Apoio económico
O projeto depende da colaboração popular para conseguir o sucesso. Precisam 6.000 euros em 40 dias. A plataforma através da qual estão a realizar a coleta de recursos é Verkami (entrar aqui), e aceitam contribuições de qualquer valor a partir de 10 euros. A equipa de Llibertat explica que “é muito trabalho e muitos recursos” e que para que garantir um documentário “com um mínimo de qualidade”.
Essa qualidade é importante para enfrentar o “aniversário e a pompa” que, de Llibertat, asseguram que vão encher este 20º aniversário na capital catalão.
As e os mecenas do documentário “Operació Garzón contra l’independentisme català” terão como reconhecimento à sua colaboração, além da satisfação pessoal de ter contribuído no projeto, a aparição nos créditos e, se o desejam, poderão levar a litografia que Marcel Dalmau realizou expressamente para a ocasião. Os e as mecenas também terão a possibilidade de adquirir o DVD antecipadamente e partindo de modestas quantidades.
O outro Baltasar Garzón…
Baltasar Garzón é um juiz mediático e ególatra, subido ao Olimpo do “antifascismo” graças, paradoxalmente, aos próprios fascistas do sindicato ultradireitista Manos Limpias, que o acusaram por investigar os crimes cometidos durante a ditadura franquista.
Quando acaba de ser absolvido de prevaricação faz escassos dias, precisamente no âmbito desse processo, o documentário vai mostrar o verdadeiro rosto do juiz que perseguiu os movimentos sociais independentistas bascos e catalães, sem renunciar a torturas e toda classe de sujas manobras, segundo numerosos testemunhos.
Garzón e os outros responsáveis polas operaçons de 1992 estão hoje ‘proscritos’
Vale a pena observar que, como aponta Joan Rocamora –uma das pessoas repressaliadas- num artigo em Llibertat com motivo do documentário, os três máximos responsáveis da operação contra o independentismo catalão tenham acabado proscritos pelo próprio regime ao que serviram, incluindo condenas por corrupção. Efetivamente, Baltasar Garzón acaba de ser afastado da carreira judicial, enquanto Rafael Vera (responsável de Interior na época) e Luís Roldan (diretor da Guarda Civil espanhola) foram condenados já faz bastante tempo.
Rocamora, atualmente membro da CUP de Cerdanyola e do Moviment de Defesa de la Terra, lembra que “Garzón conhecia perfeitamente o estado físico e psicológico destruído dos detidos.” Tanto dos catalães do verão de 1992 como “dezenas e mesmo centenas de outros detidos por motivos políticos do Estado nas mesmas condições”.
No mesmo texto, Rocamora lembra que a forense não conseguiu negar que as torturas poderiam ter-se produzido, e assinala afogamentos com sacos de plástico, entre outras torturas “desenhadas e planificadas para destruir o detido”.
Apoio das pessoas processadas: denúncias de tortura e manipulação no ano 92… e hoje
As vítimas de Garzón em 1992 deram o seu apoio à iniciativa lançada por Llibertat. Num comunicado feito público na apresentação da campanha no Colégio de Jornalistas da Catalunha, intitulado “Nós não esquecemos”, as pessoas processadas naquela atuação contra o independentismo catalão denunciam as torturas sofridas e a manipulação informativa de que o caso foi alvo.
Lembram que em 1992 uma jornalista do jornal espanhol “El País” teve que admitir que as notícias sobre o caso estavam a ser manipuladas.
E nem só: na apresentação do documentário, as e os processados manifestaram seu completo rejeição ao pseudo-artigo aparecido recentemente no mesmo jornal, no processo de “endeusamento” do já ex-juíza espanhol –afastado da carreira judicial por uma sentença na sua contra. Intitulado “Garzón e o mito das torturas a Terra Lliure”, o texto erra em dados tão fundamentais como o número de pessoas afetadas, que situa em 15, apesar de que foram realmente o duplo.
Referências de utilidade
A equipe de Llibertat fornece várias referências de utilidade e pedem a sua difusão através de todos os meios:
Site web do verkami: http://www.verkami.com/projects/1331-operacio-garzon-contra-l-independentisme-catala
Site do documentário: http://www.llibertat.cat/operaciogarzon
Vídeo da conferência de imprensa (em catalão): http://vimeo.com/37611655
Twitter: http://twitter.com/llibertatcat
Etiqueta twitter: #operaciógarzón
Facebook: http://www.facebook.com/Llibertat.cat
Foto: Llibertat
Fonte: diarioliberdade.org