Redação, Brasil de Fato.
O documentário “O Alerta do Gesto: a Cassação de Maria Tereza Capra”, produzido pelo cineasta e escritor argentino-brasileiro, Carlos Pronzato, será lançado em Salvador (BA) nesta quinta (27), às 19h, na Sala de Arte do Museu Geológico.
O filme narra a cassação do mandato de uma vereadora no município de São Miguel do Oeste, cidade do interior catarinense, em sessão na Câmara de Vereadores. Maria Tereza Capra (PT) questionou o gesto em apologia ao nazismo praticado por centenas de pessoas no dia 02 de novembro de 2022, dois dias após a vitória eleitoral do Lula, em frente ao 14º Regimento de Cavalaria Mecanizado (quartel) da cidade.
Em um vídeo publicado nas suas redes sociais, a então vereadora refletiu sobre os impactos do gesto e a estética representada, a qual fere a memória das pessoas que foram assassinadas no Holocausto. Mesmo que a repercussão do gesto tenha se tornado pauta na imprensa internacional por meio de fotografias e vídeos divulgados pelas pessoas que estavam no ato, Maria Tereza foi responsabilizada por fazer com que São Miguel do Oeste se tornasse mundialmente conhecida como uma cidade nazista e, por isso, teve o mandato de vereadora cassado além de receber diversas ameaças de morte, o que fez com que ela deixasse a cidade por mais de 120 dias.
Pronzato conta que soube da história em finais de março de 2023 e prontamente buscou Maria Tereza com a proposta do documentário. Ele explica que foi a injustiça cometida contra a ex-vereadora o que o levou a realizar o filme. “Foi pelo absurdo, a injustiça de alegar que foi quebra de decoro. O que não foi, em momento algum. Foi a denúncia de um gesto nazista em pleno século XXI, em frente a um quartel militar por bolsonaristas, muitos dos quais têm elementos nazistas e facistas em seu cotidiano”, afirma.
O cineasta aponta ainda a violência de gênero contida no ato da cassação. Maria Tereza era uma das duas únicas vereadoras entre treze representantes da Câmara municipal de São Miguel do Oeste. “O que persigo praticamente em todos os filmes é tentar se colocar do lado do oprimido, do lado do injustiçado, é a nossa chave para fazer esse tipo de documentários. E também pelo que significa lawfare, esse novo método político (não tão novo, não é?!), mas que se erigiu como um grande elemento de destruição de governos democráticos”, diz.
O documentário só teve duas exibições até agora, no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo e na Assembléia Legislativa de Santa Catarina, em Florianópolis. Os ingressos custa, R$ 11 (meia) ou R$ 22 (inteira) e pode ser adquiridos na bilheteria ou através do WhatsApp (71) 99981-7560.
Fonte: BdF Bahia
Edição: Gabriela Amorim