O filme mostra as origens do linchamento na sociedade e conta como o ato evolui para uma prática cada vez mais racista e presente, principalmente no Brasil
O filme “A Primeira Pedra”, do diretor Vladimir Seixas, está concorrendo ao prêmio de melhor documentário do Emmy do 2019. A premiação é considerada a mais importante da televisão mundial. A obra é uma coprodução do Canal Futura com a produtora Couro de Rato e investiga a crescente onda de linchamentos no Brasil, aprofundando discussões sobre direitos humanos e racismo na sociedade.
O documentário mostra as origens do linchamento na sociedade e conta como o ato evolui para uma prática cada vez mais racista e presente, principalmente no Brasil. Expressões como “bandido bom é bandido morto” são usadas para justificar atos violentos de pessoas que, na maioria das vezes, se denominam “cidadãos de bem”.
“Queremos dimensionar a barbárie que esses atos cotidianos expressam e disputar a desconstrução das bases motivadoras dessa violência. É uma questão realmente preocupante e, muitas vezes, são noticiados como qualquer outro tipo de violência”, explica Seixas.
Casos reais
As gravações aconteceram em São Paulo, Rio de Janeiro, Maranhão e Santa Catarina. Casos reais, amplamente noticiados na mídia e compartilhados nas redes sociais na época, são revividos, e sobreviventes de linchamentos e pessoas que perderam familiares contam suas histórias e lutas diárias de superação.
A “Primeira Pedra” é vencedor do Prêmio TAL no DocMontevideo de melhor documentário e recebeu a medalha de bronze na categoria Direitos Humanos do New York Film Festival. O filme está disponível no Futura Play e concorre com “Bellingcat – Truth in a Post-Truth World” (Países Baixos), “Louis Theroux’s Altered States” (Reino Unido) e “Witness: India’s Forbidden Love” (Catar). A cerimônia de entrega do Emmy Internacional acontece em Nova Iorque, em 25 de novembro.
