A dissertação ‘Imigração e Sexualidade: solicitantes de refúgio, refugiados e refugiadas por motivos de orientação sexual na cidade de São Paulo’ de Vítor Lopes Andrade, defendida em março de 2017 pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS/UFSC), foi lançada pela Editora da UFSC e se tornou livro.
Com o título ‘Refúgio por motivos de orientação sexual: um estudo antropológico na cidade de São Paulo’, a obra discute um tema pouco abordado: estrangeiros/as que chegam ao Brasil e solicitam refúgio com a expectativa de vivenciar seus desejos afetivo-sexuais com maior liberdade, uma vez que tiveram que fugir de seus países de origem por terem sido perseguidos/as devido às suas orientações sexuais.
O ineditismo da abordagem de Andrade fez com que o trabalho fosse premiado, ainda em 2017, pela Agência da ONU para Refugiados (UNHCR/ACNUR) no III Concurso Nacional de Teses de Doutorado e Dissertações de Mestrado da Cátedra Sérgio Vieira de Mello.
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De acordo com dados do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, em 2016 houve um aumento de 12% no número de refugiados reconhecidos no Brasil. Até o final de 2016, o país reconheceu um total de 9.552. Os países com maior número de refugiados reconhecidos no Brasil em 2016 foram Síria (326), República Democrática do Congo (189), Paquistão (98), Palestina (57) e Angola (26).
Para Vítor existem muitas pessoas que precisam fugir de seus países de origem pelo fato de que seus desejos afetivos e/ou sexuais não correspondem à norma heterossexual. “A nossa principal contribuição com essa pesquisa é dar visibilidade ao assunto. As relações sexuais consentidas entre adultos do mesmo sexo ainda são punidas não só socialmente, mas legalmente (pena de morte, prisão perpétua etc) em mais de 70 países ao redor do mundo. Uma parcela muito pequena desses/as sujeitos/as vem para o Brasil. Nosso país, apesar de todos os problemas, mostra-se como uma realidade muito mais favorável a essas pessoas. Entretanto, por medo de continuarem a ser perseguidos/as, muitos continuam escondendo suas sexualidades não-heterossexuais. Para que haja uma mudança significativa nas vidas dessas pessoas, para que elas se sintam seguras para expressar suas orientações sexuais da maneira que desejarem, é preciso um esforço conjunto entre governo, sociedade civil, ACNUR e a academia”, diz ele.
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A dissertação de Vítor Lopes Andrade foi orientada pela professora titular do Departamento de Antropologia da UFSC, Carmen Silvia Rial. Em 2016 ele publicou o artigo ‘Desafios no atendimento, acolhida e integração local de imigrantes e refugiados/as LGBTI’ em que analisa a situação atual e propõe ações que poderiam ser feitas a curto e longo prazo.
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Para que a memória prevaleça
O povo tem que aprender cultura de novo sao muitos estrupos nas nadrugadas das casas noturnas