Cláudia Mansani Queda de Toledo é a nova presidente da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).
Após sua nomeação, foi revelado que ela é reitora de uma universidade, o Centro Universitário de Bauru, criada pela família que oferece cursos de pós-graduação.
Esse, aliás, foi avaliado com nota 2 e descredenciado pela própria Capes.
Sua tese de mestrado, “O ensino jurídico no Brasil e o Estado Democrático de Direito”, que foi dedicada, entre outros, a “Deus, pela vida e por minha saúde”, tem trechos plagiados, conforme apurou Lauro Jardim, do Globo:
(…)1) Na página 43 de sua dissertação, a nova presidente da Capes escreveu a propósito do projeto pedagógico de um curso…
“Em sentido etimológico, projeto vem do latim, projectu, particípio
passado do verbo projicere, que significa lançar para diante. Plano,
intento, desígnio. Empresa, empreendimento. Assim, ao se construir um
projeto pedagógico, estar-se-á planejando o que se tem intenção de
fazer, de realizar, ou ainda, de revelar em seus envolvidos, sejam
eles: discentes, docentes, comunidade e sociedade. Na verdade,
realizar um projeto, é antever um futuro diferente do presente.”.
…Mas 2000, portanto oito anos antes, Rosita Saupe e Elioenai Dornelles Alves publicaram na Revista Latino Americana de Enfermagem o artigo “Contribuição à construção de projetos políticos-pedagógicos na enfermagem“. Eis o trecho:
“No sentido etimológico, o termo projeto vem do latim projectu, particípio passado do verbo projicere, que significa andar para diante. Tem também o sentido de plano, intento, desígnio, empresa, empreendimento (Ferreira, 1975, p. 1144). Ao construirmos os projetos de nossas escolas ou nossos serviços, planejamos o que temos intenção de fazer, de realizar. Lançamo-nos para diante, com base no que temos, buscando o possível. É antever um futuro diferente do presente”.
2) Na página 86 de sua dissertação, Cláudia Queda escreveu sobre a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) editada durante o governo FHC…
“Assim, o texto aprovado em 1996 resultou de um longo embate, que
durou cerca de oito anos, entre duas propostas distintas. A primeira
conhecida como Projeto Jorge Hage foi o decorrente de uma série de
debates abertos com a sociedade, organizados pelo Fórum Nacional em
Defesa da Escola Pública, sendo apresentado na Câmara dos Deputados. A
segunda proposta foi elaborada pelos senadores Darcy Ribeiro, Marco
Maciel e Maurício Correa.”
…Mas quem for à Wikipedia encontra o seguinte texto, num trecho arquivado em 2006:
“O texto aprovado em 1996 é resultado de um longo embate, que durou
cerca de oito anos (1988-1996), a partir da XI ANPED, entre duas
propostas distintas. A primeira conhecida como Projeto Jorge Hage foi
o resultado de uma série de debates abertos com a sociedade,
organizados pelo Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública, sendo
apresentado na Câmara dos Deputados. A segunda proposta foi elaborada
pelos senadores Darcy Ribeiro, Marco Maciel e Maurício Correa em
articulação com o poder executivo através do MEC.
(Aqui, até a falta de acento circunflexo de “Maurício Corrêa” que consta do texto publicado na Wikipedia é mantido)
3) Ainda na página 86 de sua dissertação, Cláudia afirma sobre a LDB que…
“A principal divergência era em relação ao papel do Estado na
educação. Enquanto a proposta dos setores organizados da sociedade
civil apresentava uma grande preocupação com mecanismos de controle
social do sistema de ensino, a proposta dos senadores previa uma
estrutura de poder mais centrada nas mãos do governo. Apesar de conter
alguns elementos levantados pelo primeiro grupo, o texto final da LDB
se aproxima mais das idéias levantadas pelo segundo grupo.
…algo que alguém já havia publicado na Wikipedia, também desde 2006
(…)