Disseminadores de fake news e de ódio nas redes começam a pagar suas contas

O pastor deputado Marco Feliciano, o ex-global Mário Gomes e o vereador cassado Gabriel Monteiro tiveram suas contas bloqueadas para pagar indenizações por dano moral

Marco Feliciano, Gabriel Monteiro e Mário Gomes: penhora judicial de contas bancárias para pagar indenizações por fake news.
Fotos: Fabio Rodrigues-Pozzebom e Fernando Frazão/Agência Brasil; Arquivo pessoal/Redes sociais

Por Marcelo Menna Barreto.

Casos de penhora judicial de contas bancárias para o pagamento de indenizações por fake news e crimes de ódio nas redes sociais pipocam no Judiciário nacional.

Só nos primeiros dias deste mês de maio, três personalidades ligadas ao bolsonarismo foram alvos: o pastor e deputado federal Marco Feliciano (PL/SP), o ex-PM e vereador carioca cassado Gabriel Monteiro, que está preso preventivamente sob acusação de estupro de menor, e do ex-ator global Mario Gomes.

No caso mais recente, nesta semana a Justiça do Rio de Janeiro autorizou a penhora de R$ 61.267,53 das contas de Mario Gomes. Ele foi condenado a indenizar o ex-deputado federal e atual presidente da Embratur, Marcelo Freixo, por disseminar a fake news de que o então deputado federal pelo PSB seria responsável pela falta de oxigênio em Manaus.

Em uma das crises mais agudas da pandemia da covid-19, com a morte de milhares de pessoas, Gomes afirmou que Freixo faria o mesmo na cidade de Cabo Frio.

Também no Rio, Gabriel Monteiro, deve cerca de R$ 60 mil ao coronel da PM fluminense, Íbis Pereira. O ex-vereador ligado ao Movimento Brasil Livre (MBL) insinuou um falso envolvimento do oficial com os traficantes do Complexo da Maré.

No caso mais vultuoso, o pastor Feliciano teve, em 5 de maio, R$ 254.240,75 bloqueados pela Justiça de São Paulo. O pastor e deputado tem que pagar sua condenação no processo movido pela ONG Ação Brotar pela Cidadania e Diversidade Sexual (Abcd’s).

Em 2015, Feliciano fez ataques ferozes à Parada Gay de São Paulo que trouxe uma transexual crucificada em protesto contra mortes relacionadas à discriminação contra a comunidade LGBTQIAP+.

O parlamentar defendeu a proibição da Parada Gay, disse que estaria acontecendo uma “blasfêmia” e acusou seus promotores por “crime de profanação contra o símbolo religioso”.

 

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