“Há na música de Dimitri Cervo um território de imaginação, de intensidades dos sons, de realização poética, e de fluência de um espírito musical generoso, lírico, amigo do encanto. Há também a expressão de uma identidade brasileira exuberante, bem desenhada em jardins sonoros que vão e vêm de Villa-Lobos e Burle Marx, da Amazônia e de nosso lastro indígena, da vitalidade telúrica de árvores imensas, que se erguem como sinais daquele vigor cósmico ambicionado pela Arte. Eis aqui a força da grande música na obra de um mestre em seu apogeu artístico.” Francisco Marshall
Não existem barreiras, limites e fronteiras para a música, sejam culturais, políticas ou geográficas. Resultado dos trabalhos para um concerto autoral na série internacional da Orquesta Sinfónica de Venezuela, em Caracas, o compositor e regente Dimitri Cervo lança o seu segundo CD, Música Sinfônica, reunindo obras compostas entre 1998 e 2012. Sob condições políticas e sociais delicadas, o disco foi magistralmente gravado por Danilo Alvarez, engenheiro de som vencedor do Grammy Latino em 2017, pelo disco Fiesta, com o maestro venezuelano Gustavo Dudamel. O CD Música Sinfônica já se encontra nas plataformas digitais, e em duas semanas recebeu mais de 12 mil audições no Spotify.
Esse álbum é fruto da vivência de Dimitri Cervo com os músicos da orquestra e com diversos personagens da sociedade venezuelana, no contexto de um país assolado por uma crise de vasta magnitude. A importância e solidez do movimento El Sistema, projeto visionário criado pelo maestro José Antonio Abreu (1939-2018), fez os grupos orquestrais serem disseminados por toda a Venezuela, tornando-os laboratórios para o desenvolvimento de milhares de jovens, fazendo da música clássica um patrimônio de toda a sociedade. O sucesso desse projeto chamou a atenção do mundo. “Ao trabalhar com um grupo no qual os integrantes são oriundos do El Sistema pude sentir a força do legado do maestro Abreu: indivíduos imbuídos do espírito de comunhão, interdependência e solidariedade através da arte”, revela Cervo.
O álbum inicia com Abertura Brasil 2012 Bis, obra estreada pela Orquestra Sinfônica Brasileira, sob a regência de Leandro Carvalho, e uma das composições mais executadas do compositor. Para essa nova versão, bis, Cervo se inspirou nos aperfeiçoamentos que Beethoven realizou em sua abertura Leonora nº 3. Canauê, criada em 2007, é a nona e última obra da Série Brasil 2000, conjunto de obras para diversas forças instrumentais, na qual o compositor realiza uma síntese estética de elementos da música brasileira e do minimalismo. O Concerto para Flauta e Cordas é a quinta obra da Série Brasil 2010, uma nova série de obras dedicada a concertos solistas com orquestra de cordas, de câmara ou sinfônica, com estética hibridizada a partir de diversas influências. Ele é interpretado no CD pelo flautista James Strauss. Brasil Amazônico é a obra que inaugura a Série Brasil 2000, e foi apresentada pela primeira vez por Isaac Karabtchevsky e a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre. Encerrando o CD, “Toronubá”, criada no ano de 2000, foi escrita em memória aos índios brasileiros que resistiram à invasão Europeia a partir de 1500. Foi estreada na versão para orquestra de câmara pelos maestros Lutero Rodrigues e Guilherme Mannis, e, em 2011, Cervo realizou a versão para grande orquestra, estreada pela Orquestra Municipal de São Paulo, com regência de Wagner Polistchuk.
Dimitri Cervo
Nascido em 1968, é autor de obras multifacetadas como Toronubá, Renova-te e Abertura Brasil 2012, e um dos mais inventivos e destacados compositores da atualidade. A sua atuação abarca a composição e, como intérprete de sua obra, a regência e o piano. Em sua trajetória destacam-se estreias e reapresentações de obras como Abertura Brasil 2012 e Abertura Rio 450 Anos, pela Orquestra Sinfônica Brasileira; o Concertante para Tímpanos e a Abertura Rio 2014, obras encomendadas pela Orquestra Petrobras Sinfônica; e Toronubá, na turnê nacional da Sinfônica de Sergipe.
Em 2015 a Abertura Brasil 2012 foi apresentada no Festival de Campos de Jordão e na Sala São Paulo, sob a regência de Isaac Karabtchevsky. Em 2017, o compositor regeu Toronubá frente à Orquestra de Câmara do Theatro São Pedro, e realizou, ao piano solista, a estreia da Rapsódia Maracatu, para piano e orquestra, obra encomendada pela FUNARTE para a XXII Bienal do RJ. Em 2018, realizou um concerto autoral com a Orquestra Sinfônica da Venezuela, em Caracas, oportunidade na qual gravou o recém-lançado álbum Música Sinfônica. Ainda em 2018, as obras Toro-Lobiana e Abertura Brasil 2012 receberam as suas estreias norte-americanas pelo BoCoCelli, grupo de cellos do Conservatório de Boston, tendo sido também apresentadas em Viena e Seul. Em 2019, a sua obra Paisagens Brasileiras foi encomendada e apresentada no Salem Music Festival, NY.
Dimitri Cervo realizou os seus principais estudos musicais de piano, composição e regência, no Brasil (UFRGS), Itália (Accademia Chigiana) e Estados Unidos (University of Washington). Desde 2006 é professor associado do Departamento de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
CD “MÚSICA SINFÔNICA” – Dimitri Cervo
Dist. TRATORE
Preço médio: R$ 39,00
Ouvir online – https://open.spotify.com/album/3JryDxrpTBgCGy4K3zXuVq
CD físico disponível na Loja Clássicos http://www.lojaclassicos.com.br/
FICHA TÉCNICA – CD “MÚSICA SINFÔNICA”
Produzido por Dimitri Cervo e James Strauss
Engenheiro de Som – Danilo Alvarez
Masterização e Finalização – Marcos Abreu
Arte Gráfica – EROICA conteúdo – Caio Amon
Ilustração a partir do desenho – Jose Luis Salgueiro
Tradução – Aleph Cervo
Gravado entre os dias 9 e 13 de julho de 2018, em Caracas,
no Auditórium Emil Friedman
Fábio Cezanne
Cezanne Comunicação – Assessoria de Imprensa em Cultura e Arte
21-99197-7465 / 21-3439-0145