O Dieese/SC (Departamento Intersindical da Estatística e Estudos Socioeconômicos) promove hoje, 6, na subsede do Sindicato dos Metalúrgicos em Guaramirim (rua 28 de Agosto, 247) Seminário “O Fascismo no Brasil e como enfrentá-lo”. O evento inicia às 9 horas e é aberto a entidades e lideranças filiadas ao Departamento, que pagam R$ 50,00, e não filiadas (R$ 100,00). Inscrições podem ser feitas pelos telefones 47-3273-1636 e 48-3228-1621. Trata-se da segunda etapa do Seminário “Planejamento de uma Campanha de Sindicalização”, que aconteceu nos dias 17 e 18 de maio, no mesmo local. A coordenação é do supervisor técnico do Dieese/SC, economista José Alvaro Cardoso.
O tema do Seminário decorre do momento político nacional peculiar vivido no país, onde as manifestações políticas são as mais inusitadas possíveis, sem que haja debate na sociedade e nem no movimento sindical. “Uma delas é o crescimento de um forte pensamento de extrema direita, fascistóide e protofascista”, explica José Álvaro, “e precisamos enfrentar isso no campo das ideias, conhecer o fenômeno, como foi na Itália, na Alemanha e no Brasil”. O economista lembra que o fascismo não é um fenômeno novo no País: “A própria ditadura militar, em 1964, teve características fascistas muito fortes”, resgata, citando ainda os Integralistas, colocados na ilegalidade em 1937, quando Getúlio Vargas deu o golpe do Estado Novo, e que era o maior partido da burguesia nacional.
Um dos grandes problemas dos brasileiros, que explica o momento que vivemos, é o desconhecimento de História, adverte o economista do Dieese, prevendo muitas dificuldades nos próximos anos: “O fenômeno Bolsonaro é filha dileta do golpe de 2016 que, por um lado, retira direitos dos trabalhadores e, por outro, mete a mão nas riquezas naturais, como o petróleo, e nas riquezas construídas, como as grandes estatais”. Não por acaso, prossegue José Álvaro, “o ministro do Bolsonaro (Paulo Guedes) diz que vai privatizar tudo, então, temos aí o aprofundamento do golpe, um novo ciclo, comandado pela principal força imperialista do mundo, os Estados Unidos”. E finaliza: “Se deixarmos, eles entregam o Aqüífero Guarani, parte da Amazônia, perderemos tudo, uma situação muito difícil”.