As queimadas no Brasil aumentaram 82% no governo de Jair Bolsonaro (PSL), comparando com o mesmo período do ano passado. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), esta é a maior alta dos últimos sete anos e diversas regiões do país foram afetadas. Nuvens baixas e carregadas, associadas a uma frente fria que avança do Sul, somou com a fumaça das queimadas e fez com que o dia virasse noite em São Paulo na segunda-feira (19), que deverá permanecer nublada nesta terça (20).
Com maior força na Amazônia, os incêndios se estenderam pelos Estados do Acre, Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, chegando à tríplice fronteira entre Brasil, Bolívia e Paraguai. Nos últimos dois dias, o Brasil teve 5.253 focos de queimadas detectados pelo sistema do Inpe. Bolívia, Peru e Paraguai seguem com 1.618, 1.166 e 465, respectivamente. A última grande onda é de 2016, com 66.622 focos de queimadas entre essas datas.
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Imagens de um forte incêndio em Rondônia viralizaram nas redes sociais no fim de semana. A queimada se alastrou por cerca de 15 dias na Reserva Ambiental Margarida Alves, assentamento ligado ao MST e localizado em Nova União, a 370 quilômetros de Porto Velho, em Rondônia. “Não dá para respirar ali, Rondônia está morrendo sufocada”, comentou um dos moradores da região.
Apesar dos especialistas já terem avisado sobre o crescente desmatamento que assola a Amazônia durante os primeiros meses deste ano, o que inclusive está há semanas sob os holofotes internacionais e que contribuiu com o aumento das queimadas, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) está publicamente em guerra com os dados do Inpe. Bolsonaro desacreditou os números e foi contestado publicamente pelo então presidente da instituição, Ricardo Galvão, que foi exonerado do cargo.
O então diretor do Inpe havia indicado que 6,8 mil km² poderiam estar sob desmate. Apesar do presidente Jair Bolsonaro afirmar que os números prejudicam a imagem do país, esse número se confirmou pelos balanços anuais feitos também pelo Inpe. Em comparação, de agosto de 2017 a julho de 2018, os alertas sinalizaram desmate em 4,5 mil km ². A taxa oficial ficou em 7,5 mil km², ou seja, 64,8% maior. A mesma tendência pode ser percebida nos anos anteriores.