Sul 21.-Da Redação.
Dia da Terra: Número de famílias assentadas é o pior dos últimos 17 anos.
Há três décadas surgiu no dia 22 de abril o primeiro protesto contra a poluição no mundo, organizado pelo senador dos Estados Unidos Gaylord Nelson.Desde então, a data é celebrada internacionalmente como o Dia Mundial da Terra. Porém, os dados atuais apontam para uma realidade desanimadora no Brasil no que se refere ao tema da terra. Segundo a Comissão Pastoral da Terra, o número de mortes de trabalhadores rurais cresceu 50% nos primeiros meses deste ano em comparação com o mesmo período de 2011.
Foram mortos 12 trabalhadores em seis Estados, segundo a Comissão Pastoral da Terra. De janeiro a abril do ano passado, oito trabalhadores haviam sido assassinados por questões agrárias e conflitos rurais.
O acesso a terra por camponeses no Brasil pouco avançou no primeiro ano do governo de Dilma Rousseff (PT). Dados oficiais do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) revelam que a presidenta conquistou em 2011 a pior marca dos últimos dezessete anos, contrariando a expectativa dos movimentos sociais do campo. Dilma está bem atrás do que Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realizaram no primeiro ano de seus respectivos governos. Em 2011, mais de 22 mil famílias conquistaram lotes em assentamentos, o que representa 51% da marca de FHC em 1995, quando mais 42 mil foram assentadas. Já em relação ao governo de seu antecessor, Dilma atingiu 61% do resultado de Lula, que em 2003 assentou outras 36,301 mil famílias.
A demora na regulamentação de terra quilombolas também gera conflitos graves. No ano passado, a pastoral registrou uma morte no Maranhão por conflito entre moradores da comunidade do Rosário e grileiros. As mortes ocorrem, em geral, a mando de fazendeiros. Os dados da pastoral mostram que o número de pessoas vivendo sob ameaça de pistoleiros cresceu 18% ano passado, chegando a mais de 45 mil.
O massacre de Eldorado dos Carajás é um dos mais conhecidos casos de violência rural. Em memória aos 21 sem-terras mortos em abril de 1996, o Movimento dos Sem-Terra (MST) organiza anualmente uma série de ocupações e ações chamada de Abril Vermelho. Nesta semana, a sede do Ministério do Desenvolvimento Agrário foi ocupada pelo movimento, que pedia diálogo com o governo federal.
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