Deus, pátria e rei

Por Moncho Alpuente.

(Português / Español).

Dias ruins para ser de direita. Seu triunvirato de poderes maiúsculos: Deus, Pátria, Rei, falha com as três patas. No Vaticano não conhecem nestes dias o paradeiro de Deus, em Bruxelas os homens de cinza lançam sombrias predições sobre o futuro da Espanha e na Zarzuela o nome de Urdangarin é um tabu comparável ao de mencionar Bárcenas na soleira de Génova (sede do Partido Popular da Espanha). Enquanto a aquilo de preferir a injustiça à desordem, o velho lema direitista também não passa por bons momentos, a injustiça e a desordem marcham de mãos dadas a caminho da perdição.

Deus desconfia de sua imagem refletida nos espelhos vaticanos, com um papa em fuga e uma cúria dissipada e entregue aos prazeres da Carne e aos presentes do dinheiro. Da pederastia compartida ou consentida, que deformou criminosamente aquilo de “Deixai que as crianças venham a mim”, ao novo enunciado de “Ao César o que é do César e a Deus o que é de Deus… e o que sobrar a Deus que fique para nossos bolsos”, a Igreja romana com seus segredos e obscurantismo tem entrado mal no mundo das novas tecnologias, os documentos do “Vatileaks” romperam a couraça protetora e deixaram à vista algumas vergonhas, depois pelas resquícios abertos começou a correr um fluxo fedorento de informações que estão pondo a cúria em maus lençóis e com a bunda na janela. A rede de prostituição masculina, que dirigia um cantor nigeriano da basílica de São Pedro e oferecia os serviços sexuais de jovens cronistas, se mistura com o espinhoso tema da proteção episcopal dos sacerdotes acusados de pederastia para completar este vergonhoso e pecaminoso quadro, de sexo, poder e dinheiro que nunca se exporá na Capela Sistina.

Deus nem é esperado em Roma em vésperas da reunião dos cardeais para escolher o novo papa, o Espírito Santo abaixou a asa e os fiéis andam atônitos e dispersos nestes tempos de confusão. O papa demissionário encomendou a três cardeais de sua confiança que elaboraram um informe secreto, mas, como já apontamos a questão dos segredos fica feia com as redes sociais e o conteúdo das informações foi publicado no jornal “La Reppublica” desvendando os detalhes mais sinistros da descarnada luta fratricida pelo poder, o dinheiro e o sexo que se produz nas sentinas da barca de Pedro á hora de repartir-se o botim.

Às vésperas também de umas eleições gerais (que aconteceram depois desta publicação. N.T.) os italianos estão pensando em votar num comício anti-sistema que tem sabido capitalizar os descréditos de uma classe política cujo paradigma é Berlusconi, outro cômico que já não faz rir a quase ninguém e que utilizará seus votos para fugir de novo aos tribunais enquanto que Monti, eurocrata e católico, que se apresenta nas eleições sem apresentar-se completamente, adverte que um governo de esquerda desagradaria profundamente a senhora Merkel. Tinha uma vez um circo com os anões muito crescidos, os palhaços moídos de tanto tabefe, os equilibristas desequilibrados e as feras andando pelos becos, sobrealimentadas de tanta carne podre.

Passem e vejam, mas desse conchavo no qual participarão alguns prelados investigados por sua conivência com a pederastia, desse não veremos nem ouviremos nada até sair a fumaça branca e conheçamos o nome do bendito ao que seus colegas, talvez para lhe incomodar, vão escolher para guiar o desmandado rebanho da Igreja.

Dias ruins para ser de direita quando nem o consolo da religião é possível, dias de atribulação. O tesoureiro Bárcenas falsifica sua própria letra, a ministra Mato se falsifica a si própria e Mariano está desaparecido como Deus embora, de vez em quando, assome a cabeça para desdizer do que é indizível e visitar os míticos morros de Ubeda nos que emergem esses brotes verdes que só percebem seus olhos míopes. Mariano tira a cabeça e mete de novo quando lhe mencionam Luis, o Sem-vergonha. Era um sem-vergonha e os sem-vergonha quando se desmandam podem botar tudo pelo avesso.

E enquanto Deus se oculta e a pátria se derruba, a Coroa só valerá o ouro que pese quando se vender ou se hipotecar. O ouro é um valor refúgio, isso o sabíamos quase todos menos Solbes, aquele ministro da Fazenda que o trocou com certeza, por algo parecido às preferentes. Espanha está despejada e temos que exigir ao menos a dação em pagamento quando alguém se a aproprie, sempre terá um incauto.

E nem sequer podemos nos encomendar ao Pai Nosso para que perdoe nossas dívidas. Mudaram o enunciado ao Pai Nosso, ofensas e ofensores, por dívidas e devedores. Trocaram as palavras e começou o ajuste de contas.

Versão em português: América Latina Palavra Viva.

Fonte: http://blogs.publico.es/moncho-alpuente/2013/02/24/dios-patria-y-rey/

Dios, patria y rey

Por Moncho Alpuente.

Malos días para ser de derechas. Su triunvirato de poderes mayúsculos: Dios, Patria, Rey, falla por las tres patas. En El Vaticano no conocen estos días el paradero de Dios, en Bruselas los hombres de gris lanzan sombrías predicciones sobre el futuro de España y en la Zarzuela el nombre de Urdangarin es un tabú comparable al de mencionar a Bárcenas en los aledaños de Génova. En cuanto a lo de preferir la injusticia al desorden, el viejo lema derechista tampoco pasa por buenos momentos, la injusticia y el desorden marchan de la mano por una vía de perdición.

Dios desconfía de su imagen reflejada en los espejos vaticanos, con un papa en fuga y una curia disipada y entregada a los placeres de la Carne y a los regalos del dinero. De la pederastia compartida o consentida, que deformó criminalmente aquello de “Dejad que los niños se acerquen a mí”, al nuevo enunciado de “Al César lo que es del César a Dios lo que es de Dios…y lo que le sobre a Dios que quede para nuestros bolsillos”, la Iglesia romana con su secretismo y oscurantismo ha encajado mal el mundo de las nuevas tecnologías, los documentos del “Vatileaks” rompieron la coraza protectora y dejaron al aire algunas vergüenzas, luego por los resquicios abiertos empezó a correr un flujo pestilente de informaciones que están poniendo a la curia de chupa de dómine y con el culo al aire. La red de prostitución masculina, que dirigía un cantor nigeriano de la basílica de San Pedro y ofrecía los servicios sexuales de jóvenes coristas, se mezcla con el espinoso tema de la protección episcopal de los sacerdotes acusados de pederastia para completar este ominoso y pecaminoso cuadro, de sexo, poder y dinero que nunca se expondrá en la Capilla Sixtina.

A Dios ni se le espera por Roma en vísperas del Cónclave, el Espírtitu Santo ahuecó el ala y los fieles andan atónitos y dispersos en estos tiempos de confusión. El papa dimisionario encargó a tres cardenales de su confianza que elaboraran un informe secreto, pero como ya apuntamos lo del secretismo cuadra mal con las redes sociales y el contenido de las informaciones fue publicado por el diario “La Repubblica” desvelando los detalles más siniestros de la descarnada lucha fratricida por el poder, el dinero y el sexo  que se produce en las sentinas de la barca de Pedro a la hora de repartirse el botín.

En vísperas también de unas elecciones generales los italianos están pensando en votar a un cómico antisistema que ha sabido capitalizar el descrédito de una clase política cuyo paradigma es Berlusconi, otro cómico que ya no hace gracia a casi nadie y que utilizará sus votos para volver a escapar de los tribunales mientras que Monti, eurócrata y católico, que se presenta a las elecciones sin presentarse del todo, advierte de que un gobierno de izquierda desagradaría profundamente a la señora Merkel. Había una vez un circo con los enanos muy crecidos, los payasos molidos de darse tantas bofetadas, los equilibristas desequilibrados y las fieras merodeando por los rincones sobrealimentadas de tanta carroña.

Pasen y vean, pero de ese cónclave en el que participarán algunos prelados investigados por su connivencia con la pederastia, de ese no veremos ni oíremos nada hasta que salga la fumata blanca y conozcamos el nombre del bendito al que sus colegas, tal vez para fastidiarle, van a elegir para guiar el desmandado rebaño de la Iglesia.

Malos días para ser de derechas cuando ni el consuelo de la religión es posible, días de tribulación. El tesorero Bárcenas falsifica su propia letra, la ministra Mato se falsifica a sí misma y Mariano está desaparecido como Dios aunque de vez en cuando asome la cabeza para desdecirse de lo indecible y visitar los míticos cerros de Úbeda en los que emergen esos brotes verdes que solo perciben sus ojos miopes. Mariano saca la cabeza y la vuelve a meter cuando le mencionan a Luis el Cabrón. Era un cabrón pero era su cabrón y los cabrones cuando se desmandan pueden ponerlo todo patas arriba.

Y mientras Dios se oculta y la patria se desmorona, la Corona solo valdrá el oro que pese cuando se venda  o se hipoteque. El oro es un valor refugio, eso lo sabíamos casi todos menos Solbes aquél ministro de Hacienda que lo cambió seguramente por algo parecido a las preferentes. España está desahuciada y tenemos que exigir al menos la dación en pago  cuando alguien se la incaute, siempre hay algún incauto.

Y ni siquiera podemos encomendarnos al Padre Nuestro para que perdone nuestras deudas. Al Padre Nuestro le cambiaron el enunciado, ofensas y ofensores, por deudas y deudores. Cambiaron las palabras y comenzó el ajuste de cuentas.

 Fuente: http://blogs.publico.es/moncho-alpuente/2013/02/24/dios-patria-y-rey/

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