A sede central do Sesc São Paulo – inaugurada em agosto de 2017 – já é um marco na revitalização dos espaços do Centro da cidade. Em um ano, a administração já deu provas de que o diálogo com o seu entorno é desprovido de preconceitos estéticos, étnicos e sociais.
O Sesc 24 de Maio já deu provas de que o diálogo com o seu entorno é desprovido de preconceitos estéticos, étnicos e sociais.
A imponente construção de 13 andares, local da extinta loja Mesbla nos anos 90, começou a ser reformada em 2009 e foi finalizada em 2017. O projeto arquitetônico leva assinatura de Paulo Mendes da Rocha e abriga biblioteca, comedoria, piscina, academia, cafeteria, sala de exposições, área de convivência e teatro, localizado no subsolo. Além de uma grande reforma estrutural, o prédio passou por uma repaginada mais modernista, com amplos espaços abertos, conectando o edifício ao pedaço mais frágil da cidade. “Faltava algo no centro. Era o Sesc 24 de Maio” disse Chico César em recente apresentação no espaço.
Desde a sua inauguração, a unidade do Sesc 24 de Maio vem propondo uma programação cultural bem diversificada. Já passaram por lá grandes nomes da música como o sambista Martinho da Vila, a experimental Jocy de Oliveira e, recentemente, o duo de violões formado por Paulo Bellinati e Marco Pereira. Neste mês de outubro, a curadoria traz nove espetáculos de música. Destaco por aqui dois shows imperdíveis.
JOÃO BOSCO – 12, 13 e 14/10
Acompanhado do seu violão, o gênio João Bosco interpreta as canções do álbum Mano que zueira, lançado em 2017, depois de 8 anos sem publicar algo inédito. O trabalho reúne 11 obras inéditas, entre elas algumas parcerias com o filho Chico Bosco, produtor do CD. Entre os principais colaborações das canções estão Chico Buarque, Aldir Blanc, Francisco Bosco, Roque Ferreira e Arnaldo Antunes.
PETER BRÖTZMANN, MARINO PLIAKAS E MICHAEL WERTMÜLLER – FULL BLAST – 31/10
O saxofonista Peter Brötzmann começou na música nos anos 60, inspirado por Sidney Bechet, após assistir ao show do artista em Wuppert. De lá pra cá, Brötzmann se tornou um dos principais responsáveis pelo crescimento do jazz europeu na cena instrumental, rompendo regras e estabelecendo outros parâmetros sonoros e estruturais.
Artista consagrado, tem um estilo mais rústico, priorizando mais a potência do que a delicadeza. Peter Brötzmann pode ser encontrado como solista em mais de cem discos ao lado de seus parceiros como Bill Laswell, Sonny Sharrock, Ronald Shannon Jackson, Rashied Ali e William Parker tocando saxofone, clarinete, flauta transveral ou clarone baixo. Free Jazz.
SERVIÇO | Sesc 24 de Maio
Onde: R. 24 de Maio, 109 – República (SP);
Quando: de terça a sábado, das 9h às 21h; domingo, das 9 às 18h;
Como: Estação mais próximas do Metrô: República (linhas vermelha e amarela).