Por Victor Ohana.
A desigualdade econômica no Brasil bateu recorde. É o que mostra pesquisa divulgada nesta quarta-feira 16, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A série histórica teve início em 2012.
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), em 2018, o rendimento médio mensal do 1% da classe mais rica do país foi de 27.744 reais. Já os 50% mais pobres tiveram rendimento médio de 820 reais, valor 33,8 vezes menor que os mais abastados.
A pesquisa também revela que, apesar do recorde na desigualdade, houve aumento na massa total de rendimentos no País, ou seja, o resultado da soma de todas as rendas: em 2017, o valor total foi de 264,9 bilhões de reais, e em 2018, 277,7 bilhões de reais.
Da soma total de rendas em 2018, os 10% mais ricos ficaram com 43,1% dessa quantia. Os 80% mais pobres possuem um valor menor: 41,2%. Os 10% mais pobres detiveram somente 0,8%.
A região Sudeste apresentou a maior massa de rendimentos do País, calculada em 143,7 bilhões de reais. O número é maior que a soma dos rendimentos totais de todas as outras regiões juntas: Sul (47,7 bilhões), Nordeste (46,1 bilhões), Centro-Oeste (24,4 bilhões) e Norte (15,8 bilhões).
O estudo também registra o pior índice de Gini da renda domiciliar per capita da história do país. O indicador mede a distribuição e a concentração de renda e a desigualdade econômica. O País pode marcar entre 0 e 1. Se menor o número, menor a desigualdade. Se maior o número, maior desigualdade. Em 2018, o Brasil alcançou 0,545, enquanto em 2017, o índice foi de 0,538.
A pesquisa também aponta que a aposentadoria compõe 20,5% da renda média dos domicílios no País, enquanto 2,5% da renda vêm de aluguéis e arrendamentos, 1,2% de pensão alimentícia, doação ou mesada de não morador, e outros rendimentos compõem 3,3%. A renda originária do trabalho integra 72,4% da média domiciliar.
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