Desemprego na Espanha sobe para 14,4% devido à pandemia do coronavírus

Impacto real da pandemia pode ser ainda mais elevado pois algumas pessoas decidiram não procurar outro emprego no momento, afirma órgão do governo espanhol.

Foto: Fotos Públicas

A taxa de desemprego na Espanha, já alta, subiu para 14,4% da população ativa no primeiro trimestre, período em que o país começou a sentir os impactos da pandemia de covid-19. De acordo com os dados divulgados terça-feira (28/04) pelo Instituto Nacional de estatísticas (INE), a perda de postos de trabalho foi particularmente acentuada no ramo de serviços, em setores como turismo ou restaurantes, afetados em cheio pelo confinamento.

Em dezembro de 2019, o índice de desemprego no país era de 13,8%, o segundo mais elevado da zona do euro, superado apenas pela Grécia, de acordo com o INE.

Nos três primeiros meses de 2020, foram registrados 121.000 novos desempregados, a maior parte em atividades suspensas em razão do isolamento rigoroso imposto a 47 milhões de espanhóis, desde 14 de março.

O número total de desempregados subiu para 3,31 milhões de pessoas, segundo o INE. Pelo menos 275.900 vagas foram fechadas em serviços, 9.100 na agricultura e 6.200 na construção civil, detalha o INE.

O Instituto advertiu, contudo, que “é provável que muitos trabalhadores que perderam emprego tenham sido classificados como inativos”, ou seja, o grupo de pessoas que não procuram emprego, que aumentou em 257.000, no primeiro trimestre.

Por este motivo, o impacto real da pandemia, nos três primeiros meses do ano, pode ser ainda mais elevado, admite o INE, pois algumas pessoas perderam o trabalho e decidiram não procurar outro no momento, devido à paralisação do país, o que inclui estes indivíduos na lista de inativos e não de desempregados.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a taxa de desemprego possa subir para 20,8% em 2020 na Espanha, enquanto o Banco da Espanha projeta um índice entre 18,3% e 21,7%, dependendo da duração do confinamento.

Na esperança de diminuir o grave impacto da covid-19 na economia e, consequentemente, no emprego, o governo de coalizão de esquerda de Pedro Sánchez simplificou o acesso a contratos de trabalho de curto prazo e proibiu demissões durante o confinamento.

Mortes em baixa

Num sinal de esperança para o país, a Espanha registrou queda no número de mortos em razão do novo coronavírus. Foram 301 óbitos nas últimas 24 horas, o que eleva o total de mortes no país para 23.822, segundo anunciou nesta terça-feira o ministério da Saúde. O dado confirma a desaceleração do número de vítimas fatais diárias por covid-19 desde que o país superou o pico de contágios, no início de abril.

Desemprego em alta também na França

O anúncio do aumento do desemprego na Espanha acontece um dia depois de o governo francês divulgar dados que comprovam o choque violento do confinamento na economia do país, quando o número de desempregados registrou um crescimento histórico para o mês de março. A taxa chegou a 7,1%, pressionando o governo a anunciar uma “rápida adaptação” das regras do seguro-desemprego.

“Não há uma onda maciça de demissões na França. O desemprego parcial funciona”, disse a ministro do Trabalho, Muriel Pénicaud, em uma entrevista ao jornal Le Parisien publicada on-line, na noite de segunda-feira (27/04), enfatizando que “o aumento está ligado a uma queda acentuada nas contratações devido ao confinamento “

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