Acordei, portas e janelas com trancas, nada se ouvia, meus sentidos percebiam apenas o som do silêncio.
Senti-me desconexo, permaneci imóvel, tentando desvendar o vazio que se punha dentro de meu quarto.
Eu e o vazio dávamos as mãos, olhos vendados, garganta travada e seca, precisávamos sair, revisitar o dia.
Procurei as trancas, estavam emperradas, queria chamar o sol, mas eu e o vazio não éramos íntimos, prevaleceu o silêncio.
Esperei pelas frestas, nelas observei o movimento da luz, havia o sol e sombras, ato contínuo quebrei as trancas.
Do lado de fora o mundo amanhecia mais velho, todas e todos moviam-se no vai e vem da vida, a caminho do entardecer.
Porto Alegre, 12 de janeiro de 2025.
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