A entrevista sobre a vida do deputado estadual Paulo Stuart Wright, produzida pela cooperativa Desacato, será exibida nesta quinta-feira (24) no Plenarinho que leva o nome do deputado, que desapareceu durante o período da ditadura militar no Brasil.
Por Daysi Schio.
Em 1º de setembro de 1973, num trem urbano em São Paulo, Paulo Wright foi seguido e preso por agentes do Centro de Informações do Exército e desapareceu nos porões da ditadura. Por isso, os que defendem a democracia, a liberdade de expressão, os direitos dos trabalhadores não podem deixar que seu legado desapareça e sua história seja esquecida.
Seu trabalho junto aos movimentos sociais e sindicatos e seu interesse pela condição operária o levou a trabalhar na construção civil e nas fábricas paulistas como torneiro mecânico. Foi um dos fundadores de um grupo contrário à discriminação racial.
Em Santa Catarina, trabalhou como metalúrgico e ajudou a criar os primeiros sindicatos de Joaçaba. Candidato a prefeito pelo PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), perdeu a eleição por apenas nove votos. Em 1958, assumiu a direção da Imprensa Oficial do Estado deu inicio à organização de várias cooperativas de pesca nos municípios do litoral, que depois reuniu em uma federação, a Fecopesca, com o objetivo de colocar o controle da pesca nas mãos dos pescadores.
Eleito como deputado em 1963 pelo PSP (Partido Social Progressista), usava a tribuna para denunciar o controle de grupos tradicionais de Santa Catarina sobre a pesca. Denunciado por subversão em 9 de maio do ano 1964, sob alegação de falta de decoro parlamentar foi cassado por uma Assembleia Legislativa subserviente que queria mostrar apoio ao golpe militar e com votos de parlamentares de seu próprio partido.
Mesmo na clandestinidade, Paulo voltou ao Brasil e ingressou na Ação Popular, onde se tornou um de seus líderes. Ele era sem dúvidas uma ameaça à forma de pensar e agir dos que assumiram o poder com o golpe militar e não podia de forma nenhuma continuar livre e vivo. Em 1973, foi sequestrado e está desaparecido até hoje.
Paulo Stuart Wright, presente!