Deputados cobram governo por novo recorde de mortes por covid

No segundo dia seguido de recorde trágico, Brasil registra 1.910 óbitos relacionados à doença nas últimas 24 horas.

Reprodução Portal Vermelho

Por Walter Félix.

O país registrou nesta quarta-feira (2) o dia mais mortal desde o início da pandemia de Covid-19. Conforme o Painel Conass, plataforma lançada pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde, o número de mortos pela pandemia atingiu a marca de 1.910 mortes em 24 horas. Com isso, o total de vítimas supera os 259,2 mil.

Segundo o painel, que tem atualização diária até as 18 horas, esta quarta também foi o segundo dia com o maior número de contágios registrados da doença: 71.704 pessoas foram diagnosticados com a covid – o número só não é maior que os 87,4 mil infectados em sete de janeiro – número alto por conta de registros pendentes do final do ano. Hoje, o país já chegou a 10,7 milhões de contaminados.

Ante a escalada de mortes e casos de contaminação, deputados do PCdoB condenaram a postura adotada pelo governo federal no enfrentamento da pandemia no país.

O líder do partido na Câmara, deputado Renildo Calheiros (PE), ocupou a tribuna para lamentar mais um recorde de mortos pelo novo coronavírus e protestar contra o silêncio do presidente Jair Bolsonaro e do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.

“Não há uma palavra do presidente da República no sentido de mobilizar o país, a Nação, para enfrentar a covid. Não há uma palavra do ministro da Saúde na direção de um combate efetivo à covid. Respondem com evasivas, com medidas protelatórias, fazendo pouco caso da doença. E o povo brasileiro está desesperado, sentindo-se abandonado pelo governo”, denunciou.

Calheiros ressaltou que os hospitais estão lotados em todo o país, com as vagas nas UTIs preenchidas tanto na rede pública quanto no setor privado. O parlamentar observou que, em razão do descaso no combate à pandemia, já existe “uma percepção internacional de que, aqui no Brasil, não existe governo, que não há medidas”.

“E essa percepção é correta. Aqui todos são testemunhas de como o presidente se refere à pandemia, de como se refere à covid. Fez ele a opção de botar um ministro que não quer ser ministro, que não entende de saúde pública e que apenas balança a cabeça e diz ‘sim’ para o presidente da República”, afirmou.

“Trago aqui a indignação das pessoas que não podem vir a esta tribuna para fazer esse protesto, para fazer esse lamento. Venho dizer que essa situação não pode continuar, porque o povo brasileiro tem que ter a oportunidade de sobreviver no enfrentamento da covid, com assistência médica e com vacina”, disse o deputado.

Para a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), é preciso “parar este governo antes que mais vidas sejam perdidas”. Ela ressaltou que a resposta do governo à mais grave crise sanitária da história do país tem sido o deboche, a mentira e as fake news. “E, quando não mente, se omite”, frisou.

“Temos visto uma absoluta descoordenação ou um boicote a todas as políticas corretas que deveriam ter sido desenvolvidas nesse período. É um boicote à ciência, é a negação da ciência, é um boicote às medidas indicadas pela epidemiologia, pela infectologia, pelo mundo real de quem vive, convive e aprendeu com essa doença. É a negação dos esforços feitos na ponta pelos profissionais de saúde que também estão morrendo. É a negação da vida. É a total insensibilidade. É o desprezo pela ciência e por tudo que se desenvolve no país”, apontou.

A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) também reagiu com indignação às estatísticas sobre a situação da pandemia de coronavírus no Brasil. “São números de guerra e o governo Bolsonaro faz de tudo para piorar a tragédia que vivemos”, afirmou. Em discurso no plenário, a parlamentar manifestou solidariedade às famílias das vítimas da covid: “O povo brasileiro precisa de vacina e do auxílio emergencial no valor original. Chega de tanto descaso com a vida dos brasileiros e brasileiras”.

“A covid está transformando o Brasil em um risco mundial, porque não temos comando. Os governadores e prefeitos se viram sozinhos. O desemprego assola o nosso país, e o auxílio emergencial proposto pelo governo do presidente Bolsonaro vai dar apenas uma nota do lobo-guará e mais uma nota da onça”, observou a vice-líder do PCdoB na Câmara, deputada Perpétua Almeida (AC).

Em suas redes sociais, o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) apontou que as mortes das últimas 24 horas revelam “o descalabro total, o horror absoluto” que tem sido a gestão da pandemia pelo governo federal. “Só hoje o governo macabro foi aceitar acordo com a Pfizer por vacinas. Quantas milhares de vidas não poderiam ter sido salvas? Esse sangue está nas mãos de Bolsonaro”, pontuou.

A deputada Professora Marcivânia avaliou que a situação é crítica e exige a pronta intervenção do legislativo.

“Vivemos uma dupla tragédia no Brasil: 1) a Covid-19 amplia sua letalidade, fazendo vítimas em ritmo acelerado, enquanto diminui em vários países; 2) os bolsonaristas não reconhecem a gravidade e seguem incentivando as posturas irracionais do presidente. Os especialistas afirmam que as próximas semanas serão pura tragédia, acentuando-se as mortes e o desespero do povo que já sofre de forma desmedida… Precisamos frear isso e tratar a situação com a seriedade devida…. O parlamento é chamado a agir e agir rápido”, escreveu no Twitter.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here


This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.