A deputada federal Caroline De Toni (PSL-SC) protocolou na Câmara dos Deputados, nesta segunda-feira (29), um projeto de lei que visa retirar de Paulo Freire o título de patrono da educação brasileira.
“Nossa Constituição prevê o pluralismo de ideias e Paulo Freire não nos representa”, disse, aproveitando ainda para parabenizar Olavo de Carvalho, considerado o “guru” educacional do governo Bolsonaro, pelo seu aniversário. Pelo Twitter, a parlamentar ainda fez uma postagem em que afirma que “não podemos aceitar que a nossa educação seja pautada por um ideólogo marxista”.
Paulo Freire passou a ser reconhecido como patrono da educação brasileira através da Lei nº 12.612, de abril de 2012.
Odiado por seguidores de Olavo de Carvalho e por bolsonaristas, Freire já foi premiado internacionalmente e é reconhecido como um dos maiores educadores do mundo. Sua principal obra, “Pedagogia do Oprimido”, propõe um novo modelo de ensino, com uma dinâmica menos vertical entre professores e alunos e a sociedade na qual se inserem. O livro foi traduzido em mais de 40 idiomas.
“Paulo Freire é a figura de maior destaque na educação brasileira contemporânea, pelo olhar novo que ele constrói sobre o processo educativo. Ele tem ajudado muitos países no mundo a repensar a visão vertical que temos nas salas de aula, de um professor que sabe tudo e do estudante que é uma tábula rasa e nada sabe”, disse, à época da promulgação da lei que tornou Freire o patrono da educação brasileira, a então diretora de currículos e educação integral do Ministério da Educação, Jaqueline Moll.
Em 2017, proposta parecida com a da deputada bolsonarista chegou ao Senado através de uma ação popular, mas foi prontamente rejeitada pela Comissão de Direitos Humanos da Casa.
Já viram onde ela estudou? seminário de filosofia do astrólogo olavo de carvalho. Não podia dar outra coisa.