Jessica Farrar, deputada do Texas, nos EUA, propôs recentemente uma lei que proíbe a masturbação masculina e estipula uma multa de US$ 100 para o homem que burlar a regra. As informações são da BBC e do The Guardian.
A deputada democrata argumenta que o objetivo do projeto é proteger as crianças que ainda irão ser geradas. Se um homem ejacula sozinho, por exemplo, pela masturbação, isso seria considerado um “ato contra uma criança que ainda não nasceu”.
Pode parecer contraditório, mas Jessica é favorável à interrupção da gravidez por escolha da mulher e apresentou o projeto para protestar contra as duras leis antiaborto no Texas e nos EUA.
“O projeto quer vetar todas as ejaculações fora da vagina de uma mulher ou criadas fora de uma instalação médica ou de saúde”, diz Jessica, argumentando que sua proposta não é mais extrema do que as leis que restringem os direitos de mulheres que optariam pela interrupção de uma gravidez no Texas.
“Se estamos adotando medidas drásticas antiaborto por causa da ‘santidade da vida’, então nós não podemos desperdiçar nenhuma semente”, afirma Jessica.
Jessica Farrar cita sua revolta com o processo desgastante e invasivo a que mulheres que optam pelo aborto são submetidas no Texas. Elas têm de, por exemplo, ouvir palestras sobre as implicações morais do aborto, ver imagens de fetos, fazer um ultrassom para ouvir a batida do coração do bebê e receber avisos sobre como o aborto pode estar relacionado a câncer de mama — ainda que essa possibilidade já tenha sido descartada.
Legislação antiaborto
O Texas tem uma das legislações mais restritas sobre aborto nos Estados Unidos – ainda que a Suprema Corte tenha derrubado, no Estado, a proibição de abortos induzidos por drogas após sete semanas de gestação.
As mulheres do Texas, porém, não são as únicas a enfrentar legislações mais conservadoras sobre aborto nos Estados Unidos.
Ativistas antiaborto e seus simpatizantes ganharam força no governo de Donald Trump, que tem se distanciado da postura “pró-escolha” do governo de Barack Obama.
Várias novas restrições têm sido propostas por deputados em vários cantos do país. Entre elas, está a de obrigar mulheres em Oklahoma a pedir permissão aos seus parceiros para aprovar seu aborto.
No Brasil, a interrupção da gravidez só é permitida em três casos: se a mulher corre risco de morrer por causa da gestação; se a fecundação ocorreu por estupro; se o feto é anencéfalo (sem cérebro) e, portanto, não conseguirá sobreviver após o parto.
Nas demais situações, a gestante que fizer aborto pode ser presa por até três anos, enquanto médicos que realizarem o procedimento podem ser condenados a até quatro.
Fonte: Pragmatismo Político