Sul21. O ex-senador Demóstenes Torres pode receber R$ 200 mil do Ministério Público de Goiás, segundo reportagem do jornal O Estado de São Paulo. Ele teria direito a três licenças prêmio que, somadas, alcançariam esse valor. A pessoa responsável pela autorização do benefício é o procurador geral de Justiça de Goiás, Benedito Torres, irmão de Demóstenes.
O ex-senador cassado já voltou ao trabalho. No MP goiano, Demóstenes terá direito a dois assessores, em vez dos 18 a que tinha no Senado, e salário entre R$ 22 mil e R$ 24 mil, contra os R$ 41 mil (com benefícios) que recebia no Senado. Demóstenes perde ainda verba de representação, passagens aéreas e moradia por conta.
Demóstenes esteve afastado da função de procurador de Justiça desde 1999, quando assumiu o cargo de secretário de Segurança Pública de Goiás. Ato contínuo, foi eleito senador pela primeira em 2002 e reeleito em 2010. Ele foi procurador geral de Justiça de Goiás entre 1997 e 1999.
A Corregedoria-Geral do MP afirmou que irá instaurar “de ofício” procedimento disciplinar a fim de apurar se Demóstenes cometeu eventual falta funcional. Nenhum procedimento fora instaurado até então porque as acusações e suspeitas contra o ex-senador não atingiram sua atuação como membro do Ministério Público. A Corregedoria aguardava apenas a publicação da resolução que cassou Demóstenes, o que torna automaticamente sem efeito sua licença no MP. A publicação aconteceu na quarta-feira.
Mantido o vínculo com o MP, Demóstenes continuará detendo foro privilegiado por prerrogativa de função. Assim, o processo do Supremo Tribunal Federal (STF) deverá ser julgado pelo Tribunal de Justiça de Goiás. Já se ele for desligado do Ministério Público antes do julgamento, poderá ser julgado pela Justiça Federal em Goiás.
A Corregedoria Nacional do Conselho Nacional do Ministério Público também está apurando o suposto envolvimento do irmão de Demóstenes, procurador-geral de Justiça de Goiás, Benedito Torres, com o grupo de Carlinhos Cachoeira.
Há um grupo de promotores que defende a expulsão de Demóstenes, inclusive a perda do direito à aposentadoria deste. O procurador pode ainda ser mantido ou receber uma advertência.
Quinta-feira, o presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, defendeu que Demóstenes deveria aguardar o fim das investigações de seu envolvimento com Carlinhos Cachoeira para só então reassumir as suas funções no Ministério Público. “Milita em favor dele e de qualquer pessoa a presunção da inocência antes da sua condenação na Justiça, mas, do ponto de vista ético e moral, é claro que há um comprometimento por ele ter sido cassado”, afirmou ao site UOL. “O ideal era que ele ficasse afastado para preservar a imagem da instituição e dele próprio.”
O senador cassado passou a noite de quinta-feira no Twitter, debatendo sua defesa e respondendo às mensagens de apoio que recebia. Ignorou os posts com referências agressivas.
Com informações do Brasil 247 e de O Estado de São Paulo.
Fonte: http://sul21.com.br
Imagem tomada de: brasil247.com