As liberdades democráticas e a atuação da advocacia, esse foi tema do debate e do ato de desagravo ocorridos na noite de, 18 de setembro, no Sindicato dos Advogados de São Paulo (SASP).
Com o auditório repleto, o ato contou com o depoimento de uma das advogadas que teve suas prerrogativas jurídicas cerceadas durante manifestações. Raquel Brito, diretora do SASP e membro da Comissão de Direitos Humanos da entidade foi detida na manifestação de 25 de janeiro, “Se não tiver direitos, não vai ter Copa”. Ela estava entre as pessoas que se abrigaram no saguão de um hotel após os manifestantes terem sido cercados pela tropa de choque.
“A polícia criou uma cena de horror no hotel, para a atuação de advogados, é necessário um mínimo de diálogo, o que não aconteceu de fato naquele dia. A atuação deles demonstrou termos muitos resquícios da ditadura militar nessas corporações.”, afirmou a advogada.
Raquel Brito ainda lembrou que os setores judiciário e legislativo também veem tendo atuações que ferem a garantia dos Direitos Humanos, tanto com julgamentos quanto com projetos de lei que criminalizam manifestações e os movimentos sociais.
O outro depoente do ato foi José Augusto de Oliveira Camargo, Presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do estado de São Paulo. Ele representou todos os profissionais de comunicação que também foram agredidos e tiverem sua ação profissional restringida pela atuação da polícia. E apresentou a campanha #cegamasnaocala , pelo projeto de lei que indica a restrição de uso de bala de borracha.
Na sequência os debatedores Adriano Diogo, Deputado estadual; Nivaldo Santana, Sindicalista; Kenarik Boujikian Felippe , Desembargadora do Tribunal de Justiça de São Paulo, comentaram a repressão policial contra advogados que atuam pelos Direitos Humanos e em defesa do direto de manifestação e dos movimentos sociais.
Adriano Diogo, também Presidente da Comissão Estadual da Verdade da Assembleia Legislativa de São Paulo, destacou que a repressão aos profissionais advogados e jornalistas são reflexo da manutenção de três poderes que vigoram desde a ditadura militar: poder da mídia, a militar e o poder econômico.
A ação conjunta destes poderes influenciando a democracia, é que impede que os Direitos Humanos sejam garantidos, concluiu Adriano.
Fonte: Jornal A Verdade
Foto: Mídia Ninja