“Danem-se palestinos, ativistas e gente preta da favela. Eu quero é água para o meu café!”

Leonardo SoaresPor Leonardo Soares.

Nunca antes na história uma elite foi tratada com tanto desprezo e brutalidade. Culpa do governo vermelho, bolivariano e comuno-anarquista do PT. Como se já não bastasse solapar a propriedade privada e a própria economia de mercado, coletivizando as diversas esferas da atividade econômica, para desespero de bancos e empreiteiras – as quais dia após dia vão abandonando o país, o comissariado petista agora parece querer dar o seu golpe de misericórdia – agora parece obcecado pela ideia de tentar desmoralizar a nossa elite, tirando dela toda a dignidade.

É o que deixa claro o lamentável fato envolvendo uma empresária paulistana, cujo estabelecimento era especializado na preparação de café para os rebentos da classe média alta da terra de gente honrada e nobre como Chiquinho Scarpa, Gugú Liberato, Faustão e Paulo Maluf.

Cansada de pagar tantos impostos, a rica empresária decidiu dar um basta a uma vida de tanto sofrimento e privação, decidindo fechar o seu humilde negócio. A pobre elite paulistana terá agora que buscar uma nova paragem de modo a bebericar o precioso líquido bolado há alguns milênios pelo povo árabe.

Vejamos um pouco da matéria sobre esse terrível caso divulgado pelo site SPRESSO SP:

Isabela Raposeiras, proprietária de uma cafeteria na Vila Madalena, zona oeste de São Paulo, conhecida por reclamar do preconceito e discriminação sofrida pela “elite branca europeia”, foi obrigada a fechar seu estabelecimento. O motivo é a falta d’agua.

“Acredito que seja um racionamento não avisado”, disse Isabela à Veja. “Eu não sou contra racionamento, é digno, já tinha que ter feito muito antes”, criticou a proprietária da cafeteria.

Na manhã desta quarta-feira (30), Isabela publicou em seu perfil no Facebook: “No water. No warning from Sabesp…Até amanhã, então, porque hoje não vai ter café na Vila Madalena.”

Isabela já havia recorrido ao Facebook para fazer uma reclamação muito peculiar, em junho. Segundo a empresária, ela seria parte integrante de uma “elite branca europeia”, uma minoria que é alvo de preconceito e discriminação.

É realmente lamentável. Triste. Desolador.

Que as autoridades ponham, enfim, as mãos na consciência. Que reflitam com muito carinho se isso realmente é justo. É preciso que de uma vez por todas os nossos dirigentes pensem em algo que ponha um termo neste contexto tão aviltante e cruel que vitima nossa elite.

Eu já não aguento mais ver, todas as manhãs, matérias da imprensa marrom noticiando chacinas perpetradas nos bairros nobres e nos condomínios de luxo, com participação da polícia.

Chega!

Estou farto das políticas de segurança pública que visam exclusivamente criminalizar a riqueza, tentando resolver o problema dos bairros de elite pela força das armas e dos caveirões. Tomando por pressuposto a idéia de que todo rico louro e de olhos azuis é culpado até que se prove o contrário.

Chega!

Basta de uma política que associa “bairro de luxo” a lugar da droga, da promiscuidade, de gente vagabunda, que não quer saber de trabalho, que só pensa em viver a base de bolsa-empresário do BNDES, lugar de produção em massa da marginalidade.

Chega!

Basta com o bombardeio diário nos meios de imprensa (e nisso incluo as novelas) que atribuem um papel social extremamente pejorativo à mulher loira e rica, como se ela só soubesse sambar, dar em cima do marido dos outros.

Chega!

Não agüento mais esse discurso que impõe aos membros dessa elite os estereótipos mais repugnantes, destruindo a sua autoestima, sequestrando a cidadania das classes abastadas, tirando delas a crença num novo amanhã.

Não é só porque se é rico, que as pessoas tem que achar natural o que está aí: os ricos, brancos e de olhos azuis quase que monopolizando as prisões desse país, utilizando maciçamente os piores hospitais e escolas da rede pública, ganhando um salário menor do que os negros realizando a mesma atividade, ver a universidade pública ser ainda um lugar maciçamente dominado pelos negros, pobres e favelados, ser o maior alvo das balas disparadas por policiais ( na maior parte execuções sumárias). Mas o que é isso minha gente? A escravidão já acabou! Chega! É preciso demolir com esse sistema que tanto oprime a elite branca desse país.

Como pode um lugar que só forma médicos, engenheiros, físicos, arquitetos e fisioterapeutas negros? Por que só vemos loiros e loiras com as piores ocupações profissionais, com os piores salários? Por que não incomoda a ninguém ver ricos empresários trabalhando como garçons nos nababescos restaurantes da zona sul carioca, varrendo ruas, catando porcarias até nos lixões, enquanto vemos uma minoria negra só curtindo a vida nas belas praias da cidade maravilhosa?

Não, não dá mais! Basta de tanta desigualdade racial.

Mas para isso é preciso que o Estado e seus aparelhos repressivos estejam, para começo de conversa, dispostos a ouvir e compreender os clássicos versos da música-protesto do MC Chateaubriand:

Eu só quero é ser feliz.
Andar tranquilamente na Riviera em que nasci.
E poder me orgulhar
E ter a consciência que o Rico tem seu lugar….

E Raposeiras – a pobre empresária, já parece ter entendido:

Não sentirei vergonha pelas minhas conquistas, pelo meu status social, pela minha pele branca. E minha empresa, certamente, faz muito do que o governo deixa de fazer, ajudando famílias, fazendo doações e, especialmente, pagando dignamente – fornecedores e funcionários”, bradou a indignada empresaria que agora parece estar mais tolerante com a falta d’agua que não a deixa acumular riqueza.

Somos todos Raposeiras!

Leonardo Soares é professor e dá graças a Deus por não ser da elite!

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