O Curso de Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica promoveu, no dia 12 de março, uma atividade acadêmico-científica e cultural na Terra Indígena Itaty, Morro dos Cavalos. O objetivo foi debater os conflitos fundiários, judiciais e ambientais nas terras indígenas a partir de Itaty.
O debate foi motivado pelo processo de demarcação do Morro dos Cavalos em 2012. No entanto, para que os Guarani possam tomar posse dos 1,988 ha, é necessário que a Funai realize o pagamento das indenizações a 69 famílias não indígenas. A fundação já possui os recursos da União para o ressarcimento.
A demora no pagamento tem gerado conflitos na região. Além de alguns moradores estarem questionando a demarcação, as famílias não indígenas estão inseguras quanto ao recebimento das indenizações. Já a aldeia tem sofrido ameaças e atos de depredação.
O professor do Curso Licenciatura Intercultural Indígena, Clóvis Brighenti, relatou os resultados positivos que o debate proporcionou. Na oportunidade, além dos indígenas de várias regiões do Estado, estavam presentes representantes da Funai, de movimentos sociais e da UFSC. “Foi importante reunir a todos em solidariedade à aldeia e pela oportunidade de apresentar a situação dos indígenas pelo Estado”, ressaltou Brighenti. No encontro, a Funai se comprometeu a iniciar as indenizações no dia 1º de abril deste ano.
O Curso de Licenciatura Intercultura Indígena da UFSC é formado por três turmas dos povos Kaingang, Guarani e Laklânô/Xokleng dos estados do sul, sudeste e centro-oeste e é voltado para as questões fundiárias e ambientais no bioma da Mata Atlântica.
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Manuela Lenzi/Estagiária de Jornalismo da Agecom/UFSC
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