Com a representação, protocolada pelo PSOL e assinada por parlamentares de diferentes partidos, o presidente da Casa pode ter seu mandato cassado por quebra de decoro parlamentar; no documento, deputados pedem o afastamento de Cunha com base em informações enviadas pela Procuradoria-Geral da República, que comprovam que o peemedebista tem contas secretas e suspeitas na Suíça
Redação.- Foi entregue ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (13), uma representação contra Eduardo Cunha (PMDB-RJ) que pede a cassação de seu mandato por quebra de decoro parlamentar. O documento foi protocolado pelo PSOL e assinado por 46 parlamentares de diferentes partidos – sendo apenas um do PMDB e nenhum do PSDB.
Denunciado no Supremo Tribunal Federal (STF) por, supostamente, ter recebido milhões em propinas no esquema investigado pela operação Lava Jato, Cunha é investigado também na Suíça por manter contas secretas que seriam utilizadas para receber dinheiro de forma ilegal. Bloqueados os valores, o país europeu enviou ao Brasil, na semana passada, sua investigação com mais detalhes das contas e das acusações que pesam contra o parlamentar.
O PSOL, então, solicitou à Procuradoria-Geral da República essas informações e são elas que compõem a peça que foi protocolada no Conselho de Ética. “É patético que na República brasileira tenhamos na Presidência da Câmara dos Deputados um parlamentar com um conjunto de acusações com indícios robustíssimos de tal monta, e que a Casa, ou pelo menos parte dela, não reaja”, disse o líder do PSOL na Câmara, o deputado Chico Alencar (RJ), durante a entrega do documento ao Conselho.
O ato, inclusive, contou com transmissão ao vivo para os internautas e a hashtag #ForaCunha chegou os Trending Topics do Twitter.
Uma vez instaurado o processo, o prazo para que o parecer do Conselho seja levado à votação no plenário é de 90 dias – o que indica que um possível afastamento de Cunha deve ficar para o ano que vem.
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil.
Fonte: Revista Forum.