O Museu Histórico de Santa Catarina – Palácio Cruz e Sousa, espaço administrado pela Fundação Catarinense de Cultura (FCC) no Centro de Florianópolis, recebe até 17 de agosto a exposição Negros em Desterro. A mostra faz parte da programação do VII Congresso Brasileiro de Pesquisadores Negros (Copene), que ocorre entre 16 e 20 de julho nos campi da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
A exposição traz quadros de artistas plásticos negros e negras, com a intenção de divulgar a cultura dos afrodescendentes de Florianópolis. Fazem parte da exposição os artistas Décio David, Solange Adão e Valda Costa.
Sobre os artistas
Décio David é artista nato e neto do grande músico, cronista, maestro e poeta catarinense João Rosa Júnior. Iniciou sua carreira artística como bailarino no ano de 1970, na cidade de Blumenau, foi destaque na peça teatral Gota d’agua, de Chico Buarque de Holanda, fez parte do balé do Teatro Castro Alves, em Salvador (BA), por dois anos. Ao voltar para Florianópolis, trouxe na bagagem o estilo afro-jazz e as danças populares brasileiras, lançando em solo catarinense a lambada. Como artista plástico participou de várias exposições coletivas e individuais. Atualmente, Décio David vem buscando, em suas obras, afirmar ainda mais todas as cores da cultura brasileira afro-açoriana, seu universo recorrente, que enfatiza os folguedos folclóricos do boi-de-mamão, dos interiores com vasos, mulatas e negros, o que caracteriza sua linguagem Naif.
Solange Adão é artista plástica, arte-educadora e foi, recentemente, escalada para participar do filme “Mulheres na Indústria”, de Zeca Pires. A artista pinta desde criança, mas foi na vida adulta que resolveu investir seu tempo na atividade. Formada em Artes Cênicas pela Udesc, é atriz há 38 anos, tendo participado das peças Gota D’Água, Tartufo de Moliere, Valsa Nº 6, A Mais Forte de Strimkbergue, entre outras.
Valda Costa nasceu no Morro da Coloninha, na região continental de Florianópolis. A jovem artista destacou-se na cena catarinense pintando o morro, os casarios e as figuras humanas, e revelando um olhar próprio sobre o cotidiano da cidade entre os anos 1970 e 1980. Valda chamou a atenção para sua produção retratando, de forma peculiar, mulheres negras, com colos fartos, bocas carnudas e olhos melancólicos. Expôs sua arte pelo Brasil e no exterior, além de conviver com artistas como Max Moura, Vera Sabino, Janga, Loro, Vecchietti, Meyer Filho e Martinho de Haro. Entretanto, o glamour do início da carreira deu lugar ao sofrimento imposto por problemas de saúde. Enfrentando extrema dificuldade financeira – tendo inclusive que trocar quadros por alimentos – Valda morreu pobre, aos 40 anos, em 1993, sem o devido reconhecimento de sua arte.
Serviço
O quê: Exposição Negros em Desterro
Onde: Museu Histórico de Santa Catarina – Palácio Cruz e Sousa (Praça XV de novembro – Centro – Florianópolis).
Visitação: de 17 de julho a 17 de agosto de 2012. De terça a sexta-feira, das 10h às 18h. Aos sábados e domingos, das 10h às 16h.
Informações: (48) 3028-8090
Entrada gratuita
Fonte: Assessoria de Comunicação FCC
Foto: Artista plástico Décio David.