Por Michele de Mello.
Cuba contabiliza os danos materiais pela passagem do furacão Ian pela região ocidental da ilha às 4h30 da manhã da última terça-feira (27). As províncias de Havana, Artemisa, Pinar del Río e a Ilha da Juventude foram afetadas pelos ventos de 205 km/h, sendo Pinar a zona com maior destruição. Ainda não há uma cifra oficial sobre os desalojados, mas o governo habilitou 55 alojamentos coletivos e calcula 38 mil pessoas evacuadas pela passagem do furacão de intensidade 3 na escala Saffir-Simpson (que vai de 0 a 5).
“Devemos estar convencidos de que seguiremos adiante, Podemos enfrentar e arrumar tudo. Agora devemos ter muita sensibilidade na atenção às pessoas, porque muitas perderam todas as suas coisas e precisamos ver como ajudar”, disse o presidente Miguel Díaz Canel, que está na província de Pinar del Río acompanhando as equipes de resgate.
O país sofreu um apagão geral depois da passagem do furacão. A capital Havana permanece sem energia elétrica. Segundo comunicado da União Elétrica de Cuba, as conexões entre centro, oriente e ocidente da ilha foram atingidas, mas o serviço será restabelecido até a madrugada desta quarta-feira (28).
Até a noite de terça-feira (27), algumas regiões do ocidente de Cuba ainda registravam ventos de 50 km/h. Várias estradas de acesso estão bloqueadas pela queda de árvores e as chuvas permanecem. Pinar del Río é a principal província produtora de tabaco cubano e boa parte das plantações também foram afetadas pelo furacão Ian.
Até o momento, 48 brigadas de trabalhadores da região central e oriental de Cuba se deslocam para o outro extremo da ilha para ajudar nos trabalhos da proteção civil e de recuperação do sistema elétrico. A Venezuela também já anunciou que irá enviar ajuda humanitária para o país caribenho.
“Devemos passar do lamento à recuperação”, disse o presidente da Assembleia Nacional do Poder Popular, Esteban Lazo Hernández.
O olho do furacão deixou a ilha pelo município de Porto Esperança, em Viñales, província de Pinar del Río e se dirige à Florida pelo Golfo do México, com velocidade de deslocamento de 17 km/h e rajadas de vento de até 175 km/h, segundo o Centro de Prognósticos do Instituto de Metereologia de Cuba (Insmet).
O diretor do Insmet, Celso Pazos Alberdi, explicou para a imprensa local cubana que o diâmetro do olho do ciclone é de 600 km e por isso provocou fortes chuvas, destruição e ainda pode aumentar sua intensidade no deslocamento para a América do Norte.
Nos EUA, o governador da Florida, Ron DeSantis, decretou ordens de evacuação para 2,5 milhões de pessoas e pediu que a população esteja em alerta para o risco de apagões.
* Com informação de Granma, Cuba Debate e Telesur.
Edição: Thales Schmidt