Durante o encerramento da 5ª Cúpula da Celac na quarta-feira (25), o presidente Raúl Castro falou sobre a nova relação com os Estados Unidos, a partir do governo de Donald Trump. Segundo ele, seu país buscará continuar a normalização com o país vizinho, sem que, para isso, tenha sua soberania afetada. Durante a campanha presidencial, Trump afirmou que iria revoar o processo de reaproximação estabelecido por Barack Obama.
“Cuba e Estados Unidos podem cooperar e conviver civilizadamente, respeitando as diferenças e promovendo tudo aquilo que beneficie ambos os países e povos”, declarou o presidente cubano. “Mas não se deve esperar que para isso Cuba realize concessões inerentes a sua soberania e independência”, destacou. Em dezembro de 2014, os governos do ex-presidente Obama e de Raúl Castro restabeleceram as relações diplomáticas entre Cuba e EUA, abriram embaixadas nas respectivas capitais e retomaram os voos comerciais diretos entre os dois países. No entanto, o bloqueio econômico e financeiro contra a ilha que dura mais de 50 anos não foi removido. Este, inclusive, foi um dos principais temas debatidos durante a Cúpula.
“Seria desejável que o novo governo dos Estados Unidos opte pelo respeito à região, ainda que seja preocupante que tenha declarado intenções que colocam em risco nossos interesses nas esferas de comércio, emprego, migração e meio ambiente”, disse Raúl.
Para fazer frente a isso, é “imprescindível” fortalecer a Celac, afirmou o cubano. “Um retorno do neoliberalismo aumentaria a pobreza e o desemprego, agravando assim as condições sociais em América Latina e Caribe”, acrescentou.
O presidente cubano também reiterou seu rechaço ao “golpe de Estado parlamentar-judicial perpetrado no Brasil contra a presidenta Dilma Rousseff” e expressou sua solidariedade à ex-mandatária e ao ex-presidente Lula.
Fonte: Portal Vermelho.