Cuba: Elián González completa 23 anos

Elián González. Foto: Carlos Rodríguez
Elián González. Foto: Carlos Rodríguez

Por Carlos Rodríguez. 

Era o final de 1999 e a notícia deixou todo mundo abalado. Um menino cubano de seis anos, Elián González, tinha sido resgatado em águas próximas à Florida, após o naufrágio da embarcação em que sua mãe e um grupo de pessoas pretendiam arribar aos Estados Unidos.

Para os nascidos na Ilha, o sonho da “terra prometida” mostra uma cara feia: a Lei de Ajuste Cubano. Em virtude dessa normativa, todo aquele que pise em solo estadunidense tem direito à residência nesse país.

Por outro lado, continua sendo limitado o número de vistos que outorga a representação diplomática de Washington em Havana, o qual significa que muitos escolhem o caminho da emigração ilegal, embora seja perigosa, com tal de chegar.

A custódia de Elián foi concedida a um parente longínquo. Rapidamente os grupos anticubanos de Miami desenvolveram uma campanha midiática que tinha a criança como centro, tentando impedir que retornasse para seu país, com o verdadeiro objetivo de desacreditar o governo cubano e produzir-lhe uma “derrota”.

Deste lado começaram as manifestações frente ao antigo Escritório de Interesses dos Estados Unidos (que naquela época não tinha o status de embaixada), onde milhares de crianças e jovens reclamaram o retorno do pequeno, quem se encontrava em uma situação virtual de sequestro.

Juan Miguel González, seu pai, protagonizou uma disputa sem precedentes, para exigir o cumprimento da lei e de seus direitos como progenitor. Desse período é o programa de rádio e televisão Mesa Redonda – cujas emissões sobre variados temas continuam até hoje–, para explicar e informar sobre os detalhes e a evolução do caso.

Após um operativo federal, muito parecido com um filme de ação, o menino foi tirado da casa onde o tinham mantido nesse tempo, e finalmente pode se reencontrar com seu pai, que tinha viajado aos Estados Unidos para recuperá-lo. Voltaram juntos, em 29 de junho de 2000.

Uma década depois, Elián realizou declarações públicas em que agradecia aos povos de Cuba e os Estados Unidos por ter conseguido a sua libertação. Também disse que não tinha rancor aos seus parentes de Miami. Atualmente Elián estuda na Universidade de Matanzas, e em seis de dezembro completou 23 anos.


Tradução: Tali Feld Gleiser, para Desacato.info.

Fonte: Cuba es otra historia.

1 COMENTÁRIO

  1. Elian como criança, não teve oportunidade de escolha. Um caso de difícil julgamento. Por um lado, a família materna o querendo pra viver nos EUA, país rico e próspero. Por outro lado, seu pai embora residindo num país pobre com regime arcaico e que não podia viver com o filho nos EUA opta por lutar pelo filho e cria-lo lá mesmo em Cuba até porque quem poderia garantir que o amor do filho seria o mesmo se vivesse longe!?

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