Havana (Prensa Latina) A visita a Cuba do premiê haitiano, Laurent Lamothe, foi um passo mais para a consolidação de um vínculo baseado na premissa de que a cooperação solidária entre os países proporciona melhores condições ao desenvolvimento.
Haiti e Cuba, duas nações caribenhas que compartilham um passado de colonialismo e lutas pela liberdade, chegam ao século XXI com vários projetos em áreas essenciais para o bem-estar de seus cidadãos.
Em sua despedida no Aeroporto Internacional “José Martí”, o dirigente disse estar satisfeito com os resultados de uma visita “de trabalho e amizade; e como sempre, Haiti tem um lugar muito especial em seu coração para Cuba”.
De acordo com Lamothe, “a cooperação cubana é incondicional e ajuda muito a nosso povo em temas como a saúde pública, os esportes, a construção e a alfabetização. Sem Cuba não estaríamos onde estamos hoje”.
Em relação aos serviços médicos, um dos temas tratados durante a visita, desde o início da missão em 1998 mais de 11 mil profissionais da saúde foram ao Haiti para atender sua população. Atualmente, 600 médicos cubanos estão trabalhando no Haiti.
Os especialistas oferecem serviços de vários tipos, entre eles consultas médicas, fisioterapia e reabilitação, laboratório clínico, raios X e ultrassom.
Outro projeto é a Operação Milagre, dirigida a atender a pessoas com problemas na vista, devolvendo a visão a milhares de pacientes na América Latina e Caribe.
Segundo fontes oficiais, Cuba e os países da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América-Tratado de Comércio dos Povos (ALBA-TCP) contribuíram a redesenhar e revigorar o sistema de saúde haitiano, com o propósito de fazê-lo mais acessível e com cobertura em todos os níveis de atenção.
Quanto à educação, a cooperação cubana começou em outubro de 1999, e desde 1961 mais de mil 200 haitianos se formaram como profissionais em Cuba.
Atualmente, 332 jovens estão estudando aqui em diversas especialidades, para depois voltar a seu país para contribuir com o desenvolvimento e a melhora das condições de vida.
Sobre este assunto, Lamothe anunciou que um os temas de cooperação bilateral tratados durante sua visita foi a ampliação do programa de alfabetização para ensinar ao redor de 600 mil pessoas a ler e escrever.
Além de saúde e educação, a colaboração entre ambas nações inclui outras esferas como a cultura, a indústria do açúcar, a mecânica siderúrgica, veterinária e pesca.
Neste sentido, o premiê disse à imprensa que sua estadia em Cuba estava dirigia a fortalecer esses vínculos qualificados como muito bons.
“Estou feliz de estar aqui para ter reuniões de trabalho com as autoridades cubanas (…), e para agradecer ao governo pelo apoio, pela solidariedade e pela colaboração”, expressou no Aeroporto Internacional “José Martí”, depois de ser recebido pelo vice-chanceler cubano Rogelio Serra.
O também ministro de Planejamento e Cooperação Externa do Haiti dedicou um tempo de sua estadoa em Havana a ver como andam os jovens de seu país que estudam aqui.
Lamothe se reuniu também com o presidente do Parlamento cubano, Esteban Lazo, e com o ministro de Comércio Exterior e Investimento Estrangeiro, Rodrigo Malmierca, encontro no qual revisaram os acordos bilaterais em matéria de agricultura, saúde e educação.
AMIZADE E AJUDA ENTRE OS POVOS
A agenda de Lamothe em Cuba incluiu também uma reunião com o primeiro vice-presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, que visitou Haiti recentemente e foi recebido pelo chefe de Estado, Michel Martelly.
O intercâmbio frequente de visitas de alto nível é um dos fatos que evidencia a vontade política de ambos governos de estreitar os laços de amizade e ajuda entre os povos.
Nestes momentos, as relações entre Cuba e Haiti ultrapassam as fronteiras nacionais e se expandem para o regional, pois coincidentemente Cuba assumiu em janeiro passado a presidência temporária da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), enquanto que o Haiti ocupa o mesmo assento na Comunidade do Caribe (Caricom).
Devido a essas responsabilidades, as duas nações são parte da troica da Celac, junto com o Chile, que presidiu o grupo regional em 2012, e com a Costa Rica, que o fará em 2014.
Em sua condição de presidente pró-témpore, Cuba tem enfatizado que durante este período revindicará uma maior participação do Caribe insular no bloco que reúne os 33 países independentes da região.
De acordo com declarações feitas em diversas oportunidades, a postura continua dando um impulso à integração regional, baseada nos princípios de solidariedade, ajuda e respeito à diversidade dos diferentes países e povos que habitam o continente.
Fonte: Prensa Latina