Em Declaração do Ministério das Relações Exteriores, o governo cubano manifestou apoio à digna decisão do governo de Nicolás Maduro de se retirar da OEA, uma organização que é “instrumento de dominação imperialista no hemisfério”, “incompatível com as necessidades dos povos da América Latina e Caribe”. Leia a íntegra.
Temos sido testemunhos, uma vez mais, de outra decisão infame e imoral da desprestigiada OEA, contra a Revolução Bolivariana, que reedita as vergonhosas páginas escritas contra a Revolução Cubana na década de sessenta do século passado.
A convocação de uma Reunião de Consultas de Ministros das Relações Exteriores, para continuar fustigando o governo venezuelano, constitui outra ação coerente com o tradicional papel dessa organização como instrumento de dominação imperialista no hemisfério, a fim de quebrantar a soberania, a independência e a dignidade de Nossa América.
A OEA sempre permaneceu de costas para os povos da América, com uma história de quase 70 anos de subordinação aos interesses oligárquicos e imperialistas. Esteve ausente quando nossa região foi vítima de intervenções e agressões políticas, econômicas e militares, ou de graves violações à democracia e aos direitos humanos.
Já é tempo de reconhecer que a OEA é incompatível com as necessidades mais urgentes dos povos da América Latina e Caribe. Ela é incapaz de representar seus valores e intereeses. Impôs um falso credo democrático, responsável pela morte de centenas de milhares de latino-americanos e caribenhos e pela pobreza e exclusão de milhões. A OEA agride e impõe, e não concilia nem dialoga; despreza a igualdade e a autodeterminação dos Estados. Conspira e subverte governos genuínos e legitimamente constituídos que contam com provado apoio popular. Merece o mais profundo repúdio.
A Venezuela adotou a digna decisão de retirar-se da OEA, decisão que apoiamos firmemente, depois de ter enfrentado com valentia o assédio, a ingerência e a ignomínia da qual foi objeto nessa instituição e por parte de seu exaltado Secretário Geral. Em favor da defesa dos interesses coletivos da região, tanto Chávez em seu tempo, como hoje o presidente Maduro, enfrentaram suas traições com dignidade e valor. Mas a OEA nunca se propôs aceitar um governo popular e muito menos ajudar a Venezuela, como alguns apregoam. Pelo contrário, se alinhou cada vez mais com os propósitos de derrocar a Revolução Bolivariana.
As agressões contra a Venezuela e a desprezível conduta da OEA contra ela confirmam que onde quer que haja um governo que não convenha aos interesses dos círculos de poder imperial e a seus aliados, será atacado. Os novos métodos de desgaste, mais sutis e mascarados, sem renunciar à violência, para quebrar a paz e a ordem interna, não escondem a velha estratégia de demonstrar a inviabilidade do progressismo, das esquerdas e de suas lutas pelo desenvolvimento econômico e social de nossa região.
Cuba ratifica seu firme compromisso de acompanhar a Venezuela e a posição digna, valente e construtiva do presidente Nicolás Maduro à frente da Revolução Bolivariana. Expressamos nosso apoio e solidariedade ao povo e ao governo venezuelanos neste novo capítulo de resistência e dignidade, convencidos do muito que nos resta batalhar para alcançar a unidade e manter vigentes os fundamentos da Proclamação da América Latina e Caribe como Zona de Paz, assinada em 2014.
Fonte: Resistência.