“Cristofobia nasce como ressentimento, deboche e negação do conceito de homofobia”, diz teólogo

"Cristofobia é palavra-xingamento, é ignorância e insensibilidade dos que querem continuar se escondendo atrás da religião para hostilizar minorias sociais", diz Ronilso Pacheco, autor de "Teologia Negra: O sopro antirracista do Espírito"

Jair Bolsonaro grava pronunciamento para Assembleia da ONU. Foto: Marcos Corrêa/PR

Por Plínio Teodoro.

Em discurso na abertura da 75ª reunião geral da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, Jair Bolsonaro fez um “apelo pelo combate à cristofobia”, mais um termo criado pelo conservadorismo de ultradireita para a guerra de narrativas e a manipulação do debate político, com o objetivo de atrair e manter o apoio de cristãos.

Para Ronilso Pacheco, teólogo e pastor auxiliar na Comunidade Batista em São Gonçalo – autor de “Ocupar, Resistir, Subverter” (2016) e “Teologia Negra: O sopro antirracista do Espírito” (2019) – o termo foi cunhado “como ressentimento, deboche e negação do conceito de homofobia”.

“‘Cristofobia’ é palavra-xingamento, é ignorância e insensibilidade dos que querem continuar se escondendo atrás da religião para hostilizar minorias sociais, impedir o reconhecimento de direitos e seguir vivendo em um mundo em que ataques, preconceito e ofensas sejam postos na conta da ‘liberdade religiosa’ cristã”, diz o teólogo em artigo nesta quarta-feira (23) no portal Uol.

Segundo Ronilso, que é mestrando em teologia no Union Theological Seminary (Columbia University) em Nova York, o discurso de Bolsonaro reflete a tentativa de impor uma narrativa de um projeto de supremacia cristã.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here


This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.