O presidente Michel Temer terá provavelmente de lidar com mais uma turbulência quando a reforma da Previdência sair da Câmara e chegar no Senado. Isso porque figuras graúdas como Renan Calheiros e Jader Barbalho têm dito à imprensa que não aceitarão um pacote pronto de Temer. Eles querem alterar o projeto para afrouxar algumas regras. Pois, segundo Renan, a nova previdência proposta por Temer está “exagerada”.
Nesta quarta (8), o jornalista Tales Farias, em Poder 360, reportou um encontro da bancada do PMDB no Senado que “pegou fogo”. Na reunião, Temer teria sido culpado por deixar Eduardo Cunha mandar no governo mesmo preso pela Lava Jato. Além disso, não pegou bem as concessões ao PSDB.
“Os peemedebistas acusavam o presidente Michel Temer de entregar o governo ao PSDB. E de ceder a ameaças do ex-deputado Eduardo Cunha que, mesmo preso, continua nomeando aliados. Foram citados os líderes do governo no Congresso, André Moura, e na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). Assim como o novo ministro da Justiça, Osmar Serraglio”.
“Caso os senadores cumpram a promessa, o projeto terá que ser votado novamente pelos deputados. Não será aprovado neste 1º semestre, como quer o governo. Fica para o 2º semestre. E, quanto mais próximo do final do ano, estará mais próximo também das eleições de 2018, o que dificulta a aprovação de projetos impopulares pelo Congresso”, observou Farias.
Nesta quinta (8), o senador Roberto Requião (PMDB) confirmou o teor do encontro do PMDB e disse que “decididamente” Temer não aprovará a reforma da previdência como pretende.
“Antes de ontem, fui em reunião da banda do PMDB, bancada governista, e 19 senadores estavam presentes. Fiz uma pesquisa informal. Nenhum dos 19 disse que votaria a favor da previdência. Pelo contrário, disseram que forma alguma iriam prejudicar suas carreiras políticas. Renan mesmo disse que a proposta era um excesso”, relatou Requião em entrevista à CartaCapital.
Lindbergh Farias (PT) apontou que a reforma da previdência de Temer tem “potencial” para gerar “grandes mobilizações populares”.
Fonte: Jornal GGN.