Crimeia dissolve governo regional, rechaça novo premiê e marca referendo por mais autonomia

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Consulta que decidirá o futuro da região foi marcada para o mesmo dia da eleição presidencial antecipada na Ucrânia

Em sessão extraordinária nesta quinta-feira (27/02), o parlamento da Crimeia, região no sul da Ucrânia e etnicamente mais próxima à Rússia, não reconheceu o novo governo de transição anunciado pelos manifestantes ontem em Kiev. Além disso, em um voto de desconfiança, 55 dos 64 parlamentares decidiram dissolver o governo regional da Crimeia, alegando que o trabalho do Executivo local foi “insatisfatório” no último ano.

Cercada por homens armados, a casa legislativa da Crimeia também agendou para o dia 25 de maio — mesma data em que está prevista a eleição presidencial, antecipada após em função da crise no país — um referendo para dar mais autonomia à região. A consulta à população deverá decidir o futuro da República Autônoma da Crimeia, podendo alterar o status político-legal da região.

“Como resultado da tomada inconstitucional de poder na Ucrânia por radicais nacionalistas, apoiados por gangues armadas, a paz e a ordem na Crimeia estão ameaçadas”, disse Oksana Korniychuk, secretária de imprensa do chefe do parlamento da Crimeia.

A sede do legislativo regional esteve cercada de manifestantes locais e homens armados que tomaram as imediações do prédio. A população hasteou bandeiras da Rússia e protestou contra a deposição do presidente eleito, Viktor Yanukovich.

Banhada pelo Mar Negro, a península da Crimeia tem uma população de 2 milhões de habitantes, dos quais 60% são russos, 25% ucranianos e 12% tártaros.

Yanukovich dará entrevista

Após ter deixado Kiev no final de semana, o presidente deposto, Viktor Yanukovich, informou hoje que se pronunciará a respeito dos últimos acontecimentos no país em uma entrevista coletiva na cidade de Rostov do Don, no sul da Rússia. Segundo a agência russa Interfax, a conferência será realizada amanhã, sexta-feira (28/08), às 17h locais (10h de Brasília).

Yanukovich reapareceu hoje afirmando, em comunicado, que ainda se considera o presidente do país. Ele ainda pediu à Rússia que garanta sua segurança pessoal. Durante a semana, as autoridades ucranianas emitiram ordem de detenção de Yanukovich e o acusaram criminalmente pelas mortes nas manifestações pelo país.

Fonte: Ópera Mundi

Foto: Agência Efe

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