A Comissão de Relações Exteriores Senado (CRE) aprovou por unanimidade, na última semana, uma crítica ao tratamento dado pelo governo dos Estados Unidos aos migrantes que tentam entrar naquele país. A nota foi proposta pelo senador Jorge Viana (PT-AC), que considera inaceitável que uma Nação com tanta tradição de acolhimento a estrangeiros e defesa dos direitos humanos tenha passado a encarcerar imigrantes clandestinos e a manter seus filhos em abrigos similares a prisões.
“Os Estados Unidos da América é uma nação construída pelo imprescindível trabalho e esforço de imigrantes vindos de todo o mundo”, ressalta o texto. destaque
Das crianças mais de duas mil crianças encarceradas pelo governo de Donald Trump, pelo menos 49 são brasileiras.“O mundo está chocado, inclusive o Papa Francisco, com essa política de enjaular crianças, apartá-las de seus pais. São cenas deprimentes. O mundo está chocado”, lembrou Viana.
“Os Estados Unidos nasceram da imigração – eles são o melhor exemplo”.
O senador lembrou que seu estado, o Acre, recebeu quase 50 mil haitianos que fugiam da fome e da devastação provocada por um terremoto. “Se o meu estado, que é tão pobre, pode acolher temporariamente essas vítimas de uma calamidade, como pode o País mais rico e poderoso do mundo voltar as costas para os migrantes?”
O senador lembrou a inscrição que está na base da Estátua da Liberdade, um dos principais símbolos dos EUA: “”Dai-me os seus fatigados, os seus pobres. As suas massas encurraladas ansiosas por respirar liberdade (…) Mandai-me os sem abrigo, os arremessados pelas tempestades,pois eu ergo o meu farol junto ao portal dourado.”
O senador petista destaca que o mundo em crise não precisa de muros e da criminalização de imigrantes e refugiados. Muito menos de cárceres para crianças inocentes. “O mundo precisa de mais diálogo, mais entendimento e mais comércio. O mundo precisa, urgentemente, de mais respeito aos direitos humanos. Sobretudo, o planeta precisa da generosidade e da solidariedade inscrita nos dizeres da Estátua da Liberdade”.