Os vereadores da Comissão Parlamentar de Inquérito, responsável por apurar as irregularidades no sistema de radares e sinalização de trânsito de Florianópolis, finalizaram, na segunda-feira (27), o relatório sobre as denúncias da Operação Ave de Rapina que apontam que o suposto esquema de propinas beneficiaria candidaturas do PSD nas eleições de 2014. A Comissão vai além das investigações da PF e apresenta diversas escutas que não constam no inquérito para comprovar “um profundo envolvimento do alto escalão do Poder Executivo com todo o esquema de corrupção”. O relatório é explícito em sua resolução: “…notadamente em relação ao envolvimento do alto escalão do Poder Executivo Municipal, devendo este relatório ser encaminhado ao Presidente desta Casa Legislativa (Câmara Municipal), para que na forma do art. 5 do decreto lei 201/67, se proceda ao DEFLAGRAMENTO DO RESPECTIVO PROCESSO DE CASSAÇÃO DO MANDATO MUNICIPAL…”.
Leia e faça o download do relatório completo no site:
http://goo.gl/nv3XP5
O relatório de 51 páginas, assinado pelos vereadores Ricardo Camargo Vieira (relator), Vanderlei Farias (Lela), Pedro de Assis Silvestre (Pedrão) e Edmilson Carlos Pereira (Ed) – Célio João não assinou -, segue as denúncias do Ministério Público Federal ao concluir que os indícios de ilegalidades são pungentes. Segundo os vereadores, nas ações, festejou-se a máxima de se “criar dificuldades para se vender facilidades”. Cesar Faria (PSD) e Marco Aurélio Espíndola (PHS, ex-PSD), inocentados da quebra de decoro parlamentar pela Câmara em votação lamentável, são citados como grandes articuladores de facilidades com o setor econômico, e aponta-se “que tiveram a conivência e cooperação do prefeito”.
O claro uso da máquina pública, como a Guarda Municipal, e as diversas menções de “doações” em dinheiro de empresas para garantir o abastecimento do caixa da campanha de Cesar Souza (PSD), o pai do prefeito, captadas nas gravações das escutas telefônicas de figuras ligadas a Cesar Souza Jr., como Eduardo de Souza Neves (Mamute), Chefe de Gabinete do prefeito, e Júlio Pereira Machado, o Cajú, apontam, segundo o relatório, a ciência e o envolvimento do alcaide de Florianópolis. A preocupante quantidade de CPIs que investigam o Executivo, dentre elas a da Comcap, Pró-Cidadão e Thema, também foram apontadas como indícios da forte suspeita da atuação da Prefeitura.
Ainda há muito a destrinchar do relatório, que foi apresentado nesta quinta-feira (30), às 9 horas, em coletiva de imprensa na Câmara Municipal. E o Prefeito, vai se pronunciar ou continuará mandando recados pela imprensa de que a conclusão da CPI não passa de um ataque político?
—
Fonte: Facebook.
