O presidente da Argentina, Alberto Fernández, afirmou que o Brasil representa um “risco muito grande” para a região por conta do avanço da pandemia do novo coronavírus.
Em entrevista à emissora local Radio con Vos concedida nesta quarta-feira (06/05), o mandatário disse que tem discutido a situação brasileira com os presidentes de Chile e Uruguai.
“Falei com [Sebastián] Piñera, com Lacalle [Pou]. Obviamente que é um risco muito grande. O Brasil é um país que, com exceção de dois países, faz fronteira com toda a América do Sul. Vivem entrando aqui caminhões do Brasil que vêm de São Paulo, um dos lugares mais infectados do Brasil”, declarou Fernández.
De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil tem 125.218 casos de covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus, o que representa uma taxa de 60 contágios para cada 100 mil habitantes, enquanto a Argentina, segundo a Universidade John Hopkins, tem 5.208 (12/100 mil hab.).
Além disso, o Brasil tem 8.536 mortes (4/100 mil hab.), contra 273 do país vizinho (1/100 mil hab.).
Quarentena na Argentina
Com regras rígidas de isolamento, incluindo a proibição de sair na rua a não ser por motivos emergenciais, a Argentina conseguiu conter a disseminação do coronavírus e vem registrando menos de 200 casos por dia.
Para Fernández, “os que dizem que é necessário sair da quarentena sabem que isso seria levar à morte milhares de argentinos” – e, por isso, planeja um relaxamento gradual das medidas.
“Estamos com Santiago [Cafiero, chefe de Gabinete do governo] preparando protocolos para abrir as atividades econômicas. No interior do país, é mais fácil. Se todos cumprirmos o protocolo, com seriedade, evitando o transporte público e o traslado interprovincial, se o fizermos assim, as possibilidades de [as medidas] começarem a funcionar são muito claras”, disse.