Corpórea Companhia de Corpos estreia espetáculo “Lôas” com temporada na periferia de São Paulo

O espetáculo narra a trajetória de mulheres negras que buscam se libertar de estigmas para celebrar suas existências através da potência de seus corpos, o que as levam a reverberar não só suas imagens, mas também seus territórios e quilombos.

Foto de Sergio Fernandes

Até o dia 09 de fevereiro de 2022, a Corpórea Companhia de Corpos realiza temporada de estreia do espetáculo “Lôas” como parte das ações do projeto “Fomentar Trajetórias: Movimentos Femininos em Recintos Femil(s)” contemplado na 29ª edição do Programa Municipal de Fomento à Dança para a Cidade de São Paulo.

No dia 28 de janeiro (sexta-feira), o grupo realiza duas sessões gratuitas, às 16h00 e 19h00, no CEU Lajeado, que fica na Rua Manuel da Mota Coutinho, 293 – Lajeado, Zona Leste de São Paulo.

Em 02 de fevereiro (quarta-feira), as apresentações acontecem às 17h00 e 20h00, no CEU Parque Anhanguera, que fica na Rua Pedro José de Lima, 1020 – Anhanguera, Zona Norte de São Paulo.

Na sexta-feira, dia 04 de fevereiro, às 11h00 e 15h00, o grupo se apresenta no CEU Aricanduva, que fica na Rua Olga Fadel Abarca, s/n – Jardim Santa Terezinha, Zona Leste de São Paulo.

As últimas apresentações da temporada acontecem no dia 09 de fevereiro (quarta-feira), às 10h30, 14h00 e 15h00, no CEU Tiquatira, que fica na Avenida Condessa Elizabeth de Robiano, S/N – Vila Moreira, Zona Leste de São Paulo.

O espetáculo “Lôas” apresenta o entrelaçamento da trajetória de seis mulheres em uma embarcação, que navegam por um oceano composto por suas próprias vivências e memórias. Em um contínuo movimento pendular, as histórias que elas têm para contar transmutam de seus corpos através da leveza, da tensão, da respiração, da gradação e do tremor.

Nestes percursos transatlânticos, que remetem às resistências históricas diante do tráfico de pessoas africanas escravizadas no Brasil realizado em navios negreiros e traçam um paralelo com a atual problemática da mulher negra diante do racismo estrutural, essas mulheres recriam sonoridades, gestualidades e imagens, que confluem na celebração de suas existências, convocando sua força a partir daquilo que vivem no presente.

“Mulheres negras como protagonistas de seus corpos, de suas cenas, de suas histórias, propondo entre si e ao público, a experiência de habitar a ancestralidade pelas vias físicas do corpo”, comenta o coletivo que tem como fundadores Verônica Santos e William Simplicio.

A centralidade poética da obra está na transposição do sentido histórico que chega aos dias atuais através das questões que permeiam as mulheres negras e seus corpos, e que revelam, ao mesmo tempo, a presença da resistência delas. E faz um mapeamento corporal a caminho da ancestralidade que acontece no tempo presente, esvaindo-se da ideia de que a ancestralidade se encontra apenas no passado e por isso marcada apenas por pontos doloridos, como a escravidão.

As intérpretes experienciam dançar suas memórias, corporificando sensações ao compartilhar suas estratégias de travessia. Uma performance que exalta a corporeidade assumindo a dimensão de potência significativa para identidade negra no Brasil.

“O corpo como um mapa que nos direciona. A ancestralidade que flui através dos nervos, da carne, da pele, da lágrima, da saliva. É como se, através dos poros que se abrem, essa ancestralidade viesse à tona para direcionar o nosso olhar adiante”, comenta o coletivo.

Diante do momento complexo vivido em razão da pandemia da COVID-19, em que o setor cultural precisou se adaptar às telas e o coletivo viveu uma experiência coletiva de contato com a morte, a Corpórea Companhia de Corpos propõe uma experiência coletiva de renovação.

“Um espaço pensado e criado para que as pessoas tenham experiências de seus corpos com outros corpos. Com Lôas, propomos uma experiência física pessoal para acessar a ancestralidade e propomos que o público também faça parte disso”, finaliza o coletivo.

Com uma trajetória significativa, a Corpórea Companhia de Corpos, desde sua criação em 2015, vem aprofundando sua pesquisa no cotidiano através do corpo feminino, pensando o protagonismo da sua existência como atravessamento dos tempos no mundo atual.

Com o espetáculo “Rés” (2017), o grupo denunciou a realidade de corpos femininos em situação de cárcere. A montagem recebeu indicação ao Prêmio APCA (“Não estreia”), em 2019 e rendeu a contemplação no Edital Rumos 2017/2018 do Itaú Cultural, com Ocupação Rés – mulheres em Cárcere.

Mais informações em www.corporeacompanhiadecorpos.com e @corporeacompanhiadecorpos

SERVIÇO: Estreia espetáculo “Lôas”

Com Corpórea Companhia de Corpos

Sinopse: Seis artistas, em uma mesma embarcação, cruzam trajetórias em contínuo movimento. Nesta experiência de dançar memórias, corporificam sensações ao compartilhar suas estratégias de travessia. Em um oceano de vivências, o pendular de seus corpos transmuta em leveza, tensão, respiração, gradação e tremor, as histórias que têm para contar. A partir de percursos transatlânticos, re-criam sonoridades, gestualidades e imagens que confluem na celebração de existir. Duração: 50 minutos

Classificação: 14 anos – Grátis

Quando: 28 de janeiro de 2022 (sexta-feira) – Horários: 16h00 e 19h00 – Onde: CEU Lajeado – Endereço: Rua Manuel da Mota Coutinho, 293 – Lajeado, Zona Leste de São Paulo.

Quando: 02 de fevereiro de 2022 (quarta-feira) – Horários: 17h00 e 20h00 – Onde: CEU Parque Anhanguera – Endereço:  Rua Pedro José de Lima, 1020 – Anhanguera, Zona Norte de São Paulo.

Quando: 04 de fevereiro de 2022 (sexta-feira) – Horários: 11h00 e 15h00 – Onde: CEU Aricanduva – Endereço: Rua Olga Fadel Abarca, s/n – Jardim Santa Terezinha, Zona Leste de São Paulo.

Quando: 09 de fevereiro de 2022 (quarta-feira) – Horários: 10h30, 14h00 e 15h00 – Onde: CEU Tiquatira – Endereço:  Avenida Condessa Elizabeth de Robiano, S/N – Vila Moreira, Zona Leste de São Paulo.

Assessoria de Imprensa: Luciana Gandelini – Cel (11) 99568-8773 – [email protected]

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