247 – Médicos do Instituto de Infectologia Emílio Ribas já têm de escolher, mesmo que “indiretamente”, qual paciente irá ou não para um leito de UTI e se tratar do coronavírus. É o que afirma Jaques Sztajnbok, médico supervisor da UTI do Emílio Ribas, em entrevista à GloboNews. De acordo com o site voltado especificamente para informações sobre a doença, o Brasil tem pelo menos 43 mil confirmações da covid-19 e 2,7 mil óbitos. O estado de São Paulo tem 15.385 casos, com 1.093 falecimentos.
De acordo com o médico, o hospital, referência no tratamento de doenças infectocontagiosas em São Paulo, tem 30 leitos de UTI, todos ocupados. Um novo paciente só pode ser admitido quando um leito fica vago, seja por alta ou por falecimento de outra pessoa.
“Quando eu tenho zero vagas e olho [no sistema] que há seis solicitações para uma vaga, a situação já se delineia. Quando aparece uma vaga e essas mesmas 6 solicitações continuam lá, essa escolha acaba sendo indiretamente efetivada. Mesmo sem a dramaticidade de estar com os dois pacientes na minha frente, com um único aparelho”, diz Sztajnbok.
O médico afirmou que não é possível responder “objetivamente” se estamos no pico de casos da covid-19 ou se ainda caminhamos para esse cenário porque “não se sabe qual é o comportamento dinâmico dessa epidemia”. “O que a gente sabe é que já estamos lotados. Então, se não estivermos no pico ainda, é bom que as autoridades corram, porque em algum lugar nós vamos ter que internar esses pacientes”, continua.
Em quatro estados – Amazonas, Ceará, Pará e Pernambuco – a taxa de ocupação desses leitos está acima de 90%.