Copa do Mundo no Catar: um grande negócio

O emir do Qatar, Tamim bin Hamad, acena durante abertura da Copa 2022. Foto: Natacha Pisarenko/AP

Desde a Copa do Mundo de 1978 na Argentina, sob a ditadura do general Videla, a copa não sofria tantas críticas como a desse ano no Catar. Segundo a comentarista Elenira Vilela, são justíssimas as críticas ao país que na prática é uma monarquia absolutista e fundamentalista religiosa. O Catar é governado por Tamim bin Hamad bin Khalifa Al Thani, o emir (nome dado ao líder supremo do Catar), um dos maiores bilionários do mundo.

A realização da Copa do Mundo no Catar, segundo Elenira, comprova que o capitalismo não tem escrúpulos. O Emir é presidente do Paris Saint-Germain Football Club e um investidor no futebol, já o país que governa, não possui tradição nenhuma no futebol. A maior parte da população do Catar não tem origem catari, é formada em sua maior parte por hindus, nepaleses e bangladeshianos que tem como esporte tradicional o cricket. Para eles, uma Copa do Mundo de futebol é como se realizássemos no Brasil uma Copa do Mundo de cricket. A FIFA tenta abafar as críticas, mostrando que só está preocupada com os negócios.

Por mais válidas que sejam as críticas, Elenira questiona que estas não podem ser utilizadas para alimentar a islamofobia, afinal, há ditaduras cristãs, judaicas, etc. Não podemos cair em uma seletividade na crítica, deixando de questionar as Copas que ocorreram em países pseudo democráticos, como é o caso dos Estados Unidos, responsável por inúmeros golpes de Estado na América Latina, a Inglaterra, um dos maiores responsáveis pela escravidão, país que nunca pediu desculpas pelos seus crimes e não fez nenhum tipo de reparação histórica, entre outros países.

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